Governo Lula muda sistema de metas de inflação e define “alvo contínuo”

Atualizado em 29 de junho de 2023 às 20:29
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Diogo Zacarias

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (29) que o governo decidiu mudar o regime de metas de inflação, adotada no Brasil em junho de 1999. A meta será contínua em 3% a partir de 2025.

Segundo Haddad, a mudança teve aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e foi tomada em comum acordo durante a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), nesta quinta-feira.

“Eu já tinha manifestado minha simpatia por uma mudança desse padrão, que só se verifica em dois países, dentre os quais o Brasil. Adotaremos meta contínua a partir de 2025. Decidimos manter a meta à luz dos indicadores econômicos”, afirmou o ministro.

“Lula deu carta-branca para mim e Simone [Tebet] tomarmos a decisão que julgássemos mais conveniente para o momento”, disse.

O presidente Lula e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e planejamento, Simone Tebet
Foto: Reprodução

O colegiado é composto pelo ministro da Fazenda, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Haddad afirmou que levou o tema ao CMN por “lealdade” ao Banco Central, para que a autoridade monetária não fosse “surpreendida” com um decreto de Lula alterando o regime de metas.

O ministro ainda informou que o conselho manteve as metas de inflação em 3,25% para este ano e 3% para 2024, 2025 e 2026, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Haddad explicou que a mudança a partir de 2025 foi definida porque será a data em que se iniciará o mandato do próximo presidente do Banco Central.

“A mudança no ano-calendário é fundamental para o futuro do país. O Brasil estará em sintonia com demais países do mundo”, afirmou.

Com a alteração no regime de metas, o ministro disse existir grande expectativa do governo em cortes na taxa básica de juros a partir de agosto. O índice, que está em 13,75% ao ano, é alvo de críticas constantes de Lula.

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