
O governo Lula está empenhado em regularizar a situação dos entregadores de aplicativos, com a criação de um grupo de trabalho que visa garantir, entre outras coisas, um ganho mínimo para esses trabalhadores. Com informações da Folha de S.Paulo.
O projeto ainda enfrenta resistência por parte das empresas, como iFood e 99Food, que rejeitam a implementação de um piso remuneratório. O grupo, formado por representantes do governo, entregadores e parlamentares, deve apresentar resultados em até 60 dias.
O governo também busca implementar uma proteção social para os entregadores, com uma previdência semelhante à dos trabalhadores formais, e aumentar a transparência dos algoritmos utilizados pelos aplicativos.
Segundo o ministro Guilherme Boulos, os entregadores enfrentam uma situação de exploração, trabalhando longas horas sem garantir o suficiente para suas necessidades básicas. O pedido de um valor mínimo por entrega ainda gera discordâncias, com a proposta de R$ 10 por entrega sendo contestada por parlamentares e empresas.
“Hoje, [os entregadores] trabalham demais e ganham pouco”, afirmou o ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência. “Qualquer aplicativo de delivery ganha pelos restaurantes, que deixam o seu cardápio digital lá, ganha com a entrega e precisa remunerar decentemente esses trabalhadores, que muitas vezes levam comida para nossa casa, com fome, porque o salário não é suficiente para que comam nos restaurantes que eles transportam.”

Além disso, o grupo de trabalho se propõe a discutir a possibilidade de uma transparência maior nos algoritmos dos aplicativos, que, de acordo com relatos, punem os entregadores que desligam o aplicativo para fazer refeições ou pausas.
O tema está relacionado à reeleição de Lula em 2026, com a estratégia de atrair a classe de entregadores e motoristas de aplicativo, que já representa mais de 3 milhões de pessoas no Brasil.