
O governo Lula vai propor uma ação global para regulação das plataformas digitais na agenda do G20. O presidente Lula vai levar o debate para o centro do bloco, atualmente presidido pelo Brasil, e tentar dar destaque à medida como uma forma de combater a desestabilização de sociedades. A informação é da coluna de Jamil Chade no UOL.
Atualmente, o governo tem feito reuniões bilaterais com os demais membros do G20 para apurar quais são as resistências de cada país ao tema. A partir das primeiras conversas, membros do Palácio do Planalto avaliam que Estados Unidos e China devem ser os mais mais resistentes à proposta.
Desde que assumiu a presidência, Lula tem buscado medidas nacionalmente para combater a desinformação nas redes. A estratégia incluiu, por exemplo, campanha de vacinação e pela conscientização para uma educação midiática. O Palácio do Planalto avalia, no entanto, que não existe uma solução isolada para o desafio.
Por isso, um dos objetivos é pautar o tema no G20 mostrando que as plataformas operam de forma internacional. O principal argumento que o governo pretende usar é que o extremismo violento que aparece nas redes sociais tem potencial para desestabilizar políticas e economias.

Os responsáveis por articular as propostas sobre o tema acreditam que a solução não virá das big techs, conglomerados do setor privado que controlam a internet, mas de governos.
A meta do governo é criar uma consciência sobre a necessidade de apurar e combater a desinformação em temas como saúde, democracia e economia. O Brasil quer que o debate no assunto se consolide na agenda internacional de forma permanente e gere esforços para que os países promovam uma ação global de forma conjunta.
Uma das reuniões do G20 deve ocorrer em abril, com chefes de Estado, organismos internacionais e representantes da sociedade civil. A previsão é que o encontro ocorra em São Paulo e que o tema principal seja a integridade da informação.