Governo nega que Lula tenha participado de ligação com Jeffrey Epstein

Atualizado em 13 de novembro de 2025 às 19:39
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o milionário americano Jeffrey Epstein, morto na prisão em 2019. Fotomontagem

O Palácio do Planalto informou nesta quinta-feira (13) que o presidente Lula (PT) não participou de qualquer ligação com Jeffrey Epstein, empresário norte-americano acusado de tráfico sexual e morto na prisão em 2019. A resposta veio após a divulgação de arquivos do caso nos Estados Unidos.

Os documentos incluem um email enviado por Epstein em 21 de setembro de 2018. Na mensagem, ele afirma ter falado com Lula por telefone em uma ligação intermediada pelo escritor norte-americano Noam Chomsky. O destinatário da mensagem não foi identificado.

Segundo registros públicos, Chomsky visitou Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba em 20 de setembro de 2018. O presidente estava preso desde abril daquele ano, após condenação no âmbito da Operação Lava Jato. O email de Epstein contém a frase: “Chomsky me ligou com Lula. Da prisão. Que mundo”.

Telegrama de Epstein mencionando uma suposta ligação de Chomsky a Epstein enquanto visitava Lula na prisão em Curitiba. Reprodução

A Secretaria de Comunicação Social afirmou que “a informação não procede” e que “a citada ligação telefônica nunca aconteceu”. A nota foi enviada ao UOL na tarde desta quinta-feira, após questionamentos sobre o conteúdo dos arquivos.

Jeffrey Epstein foi preso pela primeira vez em 2008, depois que pais de uma adolescente de 14 anos o denunciaram por abuso sexual em sua mansão na Flórida. O empresário firmou um acordo judicial, mas continuou sendo investigado por novos casos.

Em 2019, Epstein voltou a ser detido, dessa vez acusado de traficar dezenas de meninas e explorá-las sexualmente. Ele morreu na cadeia aos 66 anos, em circunstâncias registradas oficialmente como suicídio.

Os arquivos tornados públicos também citam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em um dos trechos, Epstein diz que o político “sabia sobre as meninas”. Em outra parte, menciona que Trump teria passado “horas” em sua casa acompanhado de uma suposta vítima, cujo nome não foi revelado.

As mensagens divulgadas fazem parte de documentos anexados a processos judiciais em andamento nos Estados Unidos sobre o caso Epstein. Não há informações adicionais sobre o contexto das conversas citadas nos emails ou sobre os destinatários.