Governo prepara plano de contingência para minimizar impacto do tarifaço de Trump

Atualizado em 9 de agosto de 2025 às 15:43
Lula em evento do governo. Foto: reprodução

O governo federal deve concluir na próxima semana o plano de contingência para reduzir os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O decreto do presidente americano, Donald Trump, elevou para 50% a alíquota de importação, afetando diretamente setores como café, carne e indústria de máquinas. A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende apresentar as medidas a ele na segunda-feira (11) e anunciar o pacote até terça (12).

Segundo integrantes do Executivo, o plano inclui linhas de crédito para empresas afetadas, adiamento temporário de tributos federais e compras públicas de mercadorias perecíveis. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que coordena parte das negociações, afirmou neste sábado (9) que o objetivo é preservar empregos e dar condições para que as empresas retomem e fortaleçam suas atividades.

O setor industrial, especialmente fabricantes de motores e máquinas, está entre as principais preocupações do governo, já que enfrenta mais dificuldade para redirecionar a produção a outros mercados. Produtos agrícolas, considerados commodities, teriam mais facilidade de encontrar compradores alternativos.

Lula, presidente do Brasil, e Donald Trump, dos EUA. Foto: reprodução

Na área tributária, o plano deve prever o adiamento, por até dois meses, da cobrança de impostos e contribuições federais de empresas impactadas, medida semelhante à adotada durante a pandemia de Covid-19. O objetivo é aliviar o fluxo de caixa e dar fôlego para que os exportadores se adaptem ao novo cenário.

O pacote também deverá incluir compras governamentais sem licitação de alimentos perecíveis de setores atingidos pelo tarifaço, como peixes, frutas e mel. Inicialmente, o governo avaliou direcionar os produtos para merendas escolares, mas agora estuda ampliar a distribuição para restaurantes populares e outros programas sociais.

As medidas serão voltadas não apenas para empresas que exportam diretamente aos EUA, mas também para aquelas que, mesmo vendendo a outros países, dependem de cadeias produtivas impactadas pelas sobretaxas. A intenção é evitar um efeito em cascata que prejudique a economia e aumente o desemprego.