Governo Tarcísio pede que moradores ignorem onda de calor e economizem água em SP

Atualizado em 26 de dezembro de 2025 às 9:13
Pessoa lavando as mãos. Foto: ilustração

O Governo de São Paulo emitiu na última quinta-feira (25) um alerta para a redução imediata do consumo de água em todo o estado, diante do aumento expressivo da demanda provocado pela onda de calor e do baixo volume de chuvas registrado nos últimos meses. A orientação é para que a população priorize o uso da água apenas para necessidades essenciais, como alimentação e higiene pessoal, evitando desperdícios.

“O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento”, diz o texto divulgado pelo governo estadual.

A recomendação ocorre em meio a um cenário de temperaturas extremas. Na quinta-feira, a capital paulista registrou a maior temperatura do mês de dezembro na história e a mais alta de todo o ano de 2025. Os termômetros marcaram 35,9 °C na estação meteorológica do Mirante de Santana, na Zona Norte da cidade, superando um recorde que perdurava havia quase três décadas.

Segundo o governo, a onda de calor que atinge o estado desde a semana passada elevou em até 60% o consumo de água em algumas regiões, de acordo com dados da Sabesp. O aumento da demanda tem impacto direto sobre os níveis dos mananciais responsáveis pelo abastecimento da Grande São Paulo.

Sistema Cantareira, em São Paulo. Foto: Luis Moura/Estadão

O crescimento do consumo ocorre em um período de estiagem prolongada. O comunicado oficial destaca que o estado enfrenta um dos menores índices de chuva dos últimos anos, o que compromete a recuperação das represas e reduz a margem de segurança do sistema de abastecimento.

“O Governo de SP monitora os sistemas de abastecimento junto à Sabesp, que realiza manobras operacionais para preservar o equilíbrio da distribuição. Como medida preventiva, a Sabesp tem realizado reforço no abastecimento, inclusive com o apoio de caminhões pipa em regiões específicas”, diz o texto.

Desde agosto, o governo paulista adotou medidas de gestão hídrica em parceria com a Arsesp, incluindo a redução da pressão noturna da água na Região Metropolitana de São Paulo para preservar os mananciais. Entre 27 de agosto e 21 de setembro, a redução ocorreu por oito horas, das 21h às 5h. A partir de 22 de setembro, o período foi ampliado, passando a começar às 19h e se estender até as 5h.

De acordo com o governo, essas medidas garantem uma economia diária equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros, o que corresponde a cerca de 50,4 mil caixas por hora.

Além das ações operacionais, o governo reforçou orientações à população para reduzir o consumo. O banho é apontado como o principal vilão: um banho de 15 minutos pode gastar até 150 litros de água, enquanto banhos de cinco minutos permitem economizar até 9 mil litros por mês em uma residência.

Também é recomendado verificar vazamentos, evitar o uso excessivo da descarga, fechar a torneira ao ensaboar a louça, utilizar a máquina de lavar apenas quando cheia e reaproveitar a água da lavagem de roupas.

Para a limpeza de áreas externas, a orientação é substituir mangueiras por vassouras e, no caso da lavagem de veículos, optar pelo uso de baldes.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.