
A partir de 2 de setembro, solicitantes de vistos estadunidenses de não imigração, como os de turismo e negócios, enfrentarão regras mais rígidas. Mesmo menores de 14 anos e maiores de 79 anos, que antes costumavam ser dispensados da entrevista presencial, terão de comparecer ao consulado para essa etapa obrigatória. A medida afeta cidadãos de todos os países que necessitam de visto para entrar nos Estados Unidos, incluindo o Brasil.
A mudança foi divulgada no site oficial do Departamento de Estado dos EUA há cerca de um mês e confirmada no início de agosto pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
A determinação reduz o número de pessoas aptas a obter o visto sem entrevista, mas mantém algumas exceções, especialmente para categorias diplomáticas e funcionais. Continuam dispensados, por exemplo, solicitantes de vistos diplomáticos e oficiais, como A-1, A-2, C-3 (exceto empregados domésticos), G-1 a G-4, NATO-1 a NATO-6 e TECRO E-1, geralmente usados por militares ou organismos internacionais.
Também poderá ser dispensado da entrevista quem renovar um visto B-1, B-2 ou B-1/B-2, desde que ele esteja válido ou tenha expirado há menos de 12 meses, e que o solicitante tivesse pelo menos 18 anos quando o documento anterior foi emitido.

Para tanto, será necessário aplicar no país de nacionalidade ou residência, nunca ter tido um visto recusado, exceto nos casos em que a recusa tenha sido superada ou dispensada, e não apresentar inelegibilidade aparente ou potencial. Mesmo assim, os consulados mantêm a prerrogativa de solicitar a entrevista caso considerem necessário.
A novidade se soma a outro anúncio feito em julho pelo governo estadunidense: a criação de uma taxa adicional de US$ 250, batizada de Visa Integrity Fee, aprovada como parte do pacote legislativo “One Big Beautiful Bill”, sancionado pelo presidente Donald Trump.
Com o acréscimo, o custo total do processo de solicitação de visto, hoje em US$ 185 (cerca de R$ 1.028), poderá chegar a US$ 435 (aproximadamente R$ 2.419). Ainda não há data definida para o início da cobrança, mas a expectativa é que entre em vigor nos próximos meses. Em alguns casos específicos, o valor adicional poderá ser reembolsado.
O endurecimento das regras deve impactar diretamente milhares de brasileiros que viajam aos Estados Unidos todos os anos, seja para turismo, estudo, negócios ou visitas familiares. A exigência de entrevistas em maior escala tende a alongar prazos de espera para agendamento nos consulados e elevar os custos para famílias que planejavam viagens.