
Navios de guerra dos Estados Unidos voltaram a zarpar rumo ao Caribe e à região da Venezuela neste domingo (24), após terem retornado brevemente ao território americano para evitar os efeitos do furacão Erin.
Segundo a Marinha, a frota Iwo Jima, do Grupo Anfíbio de Prontidão (ARG), composta por três embarcações e mais de 4.500 marinheiros e fuzileiros, deixou o porto de Norfolk, no estado da Virgínia. Imagens divulgadas nas redes sociais confirmaram a movimentação, citada pela rádio NPR.
O Pentágono, no entanto, não detalhou quais operações a frota deve realizar nos próximos dias. Na semana anterior, os navios, armados com sistemas antimísseis Aegis e mísseis de ataque, haviam se aproximado da costa venezuelana em meio ao esforço do governo Donald Trump de combater cartéis de drogas latino-americanos. A iniciativa foi acompanhada de declarações mais duras da Casa Branca contra Nicolás Maduro.

A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que os Estados Unidos estão preparados para usar “toda a força” contra o regime chavista. “O presidente está preparado para usar toda a força americana com o objetivo de impedir que as drogas inundem nosso país, além de levar os responsáveis à Justiça. O regime de Maduro não é um governo legítimo — é um cartel narcoterrorista”, declarou.
Autoridades ouvidas pela Reuters confirmaram que o envio de militares deve se prolongar por meses, com operações em águas e espaços aéreos internacionais. No início de seu mandato, Trump classificou grupos como o cartel de Sinaloa, do México, e o Tren de Aragua, da Venezuela, como organizações terroristas estrangeiras.
Em seguida, assinou de forma sigilosa uma diretriz que autoriza o Pentágono a empregar militares em ações contra cartéis de drogas latino-americanos, segundo reportagem do jornal The New York Times. O governo também prometeu intensificar a fiscalização migratória contra supostos integrantes dessas organizações.
A movimentação dos navios gerou reações imediatas na região. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que militares americanos não entrarão em território mexicano. Já Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para garantir a segurança da Venezuela diante do que classificou como ameaças vindas de Washington.
Ele declarou em rede nacional que pretende armar e ativar as forças em todo o país, sem detalhar como será feita a mobilização.
Paralelamente, os EUA ampliaram as pressões sobre o governo venezuelano ao dobrar de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões (R$ 273,1 milhões) a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Washington acusa o líder chavista de integrar um dos principais esquemas de narcotráfico do mundo e de representar uma ameaça direta à segurança americana.