
O governo de Donald Trump prepara uma ampliação das políticas de repressão à imigração a partir de 2026, com reforço orçamentário bilionário e aumento de operações em locais de trabalho. O plano avança mesmo diante da queda de popularidade do presidente e do crescimento de críticas às ações federais às vésperas das eleições de meio de mandato. As informações são do g1.
A estratégia prevê um salto expressivo de recursos para o Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, o ICE, e para a Patrulha da Fronteira. Até setembro de 2029, os órgãos devem receber cerca de US$ 170 bilhões, valor muito superior aos orçamentos anuais atuais. O pacote, aprovado pelo Congresso em julho, permitirá contratar milhares de novos agentes e ampliar centros de detenção.
Até agora, o governo havia evitado fiscalizações mais duras em setores que dependem fortemente de mão de obra imigrante, como agricultura e indústria. Esse cenário deve mudar em 2026, com batidas em empresas e maior pressão sobre empregadores. A avaliação interna é que essas ações podem elevar de forma rápida o número de prisões e deportações.
Apesar do discurso oficial focado em criminosos, dados do próprio governo mostram que uma parcela significativa dos detidos não possui antecedentes criminais além de infrações migratórias. Até o fim de novembro, cerca de 41% das aproximadamente 54 mil pessoas presas pelo ICE se enquadravam nesse perfil, contra 6% antes da posse de Trump.

A ampliação das operações ocorre em meio a sinais de desgaste político. Pesquisas indicam que a aprovação da política migratória caiu de 50% em março para 41% em dezembro. Em cidades com grande população imigrante, como Miami, resultados eleitorais recentes foram interpretados como reação às táticas federais, vistas por parte do eleitorado como excessivas.
Mesmo assim, aliados do governo afirmam que a intensificação é inevitável. O “czar da fronteira” da Casa Branca, Tom Homan, disse que os números de prisões “vão explodir” com a nova fase do plano. Já críticos alertam para impactos econômicos, aumento de custos para empresas e riscos de violações de direitos, fatores que devem pesar no debate político de 2026.