Governo Trump volta a ameaçar Moraes e promete manter ações: “Tomaremos medidas cabíveis”

Atualizado em 8 de setembro de 2025 às 22:10
Paulo Figueiredo, o subsecretário de Diplomacia Pública da gestão Trump, Darren Beattie, Eduardo Bolsonaro (PL) e o conselheirodo Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Pita, lado a lado, em pé, olhando para a câmera, sérios
Paulo Figueiredo, o subsecretário de Diplomacia Pública da gestão Trump, Darren Beattie, Eduardo Bolsonaro (PL) e o conselheirodo Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Pita – Reprodução

Na véspera da retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo dos Estados Unidos voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes. O subsecretário para Diplomacia Pública do Departamento de Estado, Darren Beattie, afirmou nesta segunda-feira (8) que Washington continuará a tomar medidas contra o magistrado.

Beattie declarou que o Dia da Independência do Brasil, celebrado em 7 de setembro, serviu como marco do apoio dos EUA ao povo brasileiro. Em sua fala, reforçou que as ações contra Moraes e autoridades brasileiras vistas como responsáveis por abusos de autoridade seguirão em curso. A declaração ocorre em um momento de tensão entre o governo Trump e o Supremo.

“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, disse.

Aliados de Bolsonaro esperam que novas sanções sejam anunciadas, incluindo restrições de visto e punições financeiras. O nome da advogada Viviane Barci, esposa do ministro Moraes, foi citado como possível alvo. No último domingo (7), manifestantes bolsonaristas exibiram bandeiras dos EUA em protesto na Avenida Paulista.

Segundo fontes ligadas ao governo americano, também está em avaliação a suspensão de algumas das 700 exceções aplicadas à tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. Essa medida, no entanto, é considerada mais difícil de implementar devido ao impacto econômico.

Na semana passada, Donald Trump afirmou que o Brasil passou a ser tratado com tarifas mais altas porque o país estaria “radicalmente à esquerda”. Em entrevista no Salão Oval, o presidente dos EUA declarou que a política do governo brasileiro estaria prejudicando a economia e afastando investidores.

Trump ainda foi questionado sobre possíveis sanções relacionadas à participação da delegação brasileira na Assembleia-Geral da ONU. O republicano não descartou a possibilidade de restringir vistos para autoridades, intensificando a pressão sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.