“Grande erro político”, dizem aliados de Bolsonaro sobre ligação à família de petista assassinado

Ele ligou apenas para os dois irmãos que são seus apoiadores e tentou formular a narrativa de que não foi um caso de violência política

Atualizado em 13 de julho de 2022 às 14:40
Bolsonaro bate o martelo e define data que lançará candidatura
Presidente Jair Bolsonaro em fundo verde, ele é pré-candidato as eleições presidenciais de 2022
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Após a morte de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT assassinado a tiros pelo policial bolsonarista Jorge Guaranho, a atitude escolhida pelo presidente da República Jar Bolsonaro (PL) foi ligar para a família da vítima. Contudo, ele não ligou para toda a família, apenas para os dois irmãos que são seus apoiadores, e tentou formular uma narrativa de que não foi um caso de violência política, e que a esquerda ”politizou” o crime.

Entretanto, para aliados do presidente, essa atitude pode ter sido de alto risco, o que pode acabar se transformando em um “grande erro político”. Como foi alertado por integrantes do comando da campanha de Bolsonaro à reeleição, segundo o G1, e ele vai ser criticado por estimular uma divisão familiar, já que ele não ligou nem para o filho e nem para a viúva de Arruda.

A operação não era de conhecimento e nem foi planejada pela equipe presidencial ou pelo comitê de campanha. A atitude foi articulada pelo próprio chefe do Executivo juntamente com o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que foi até Foz do Iguaçu depois de saber que dois irmãos de Marcelo Arruda, José e Luiz Arruda, são apoiadores de Bolsonaro.

“Foi uma jogada de alto risco, porque os irmãos, mesmo sendo bolsonaristas, podem não querer desrespeitar a memória do irmão assassinado”, disse um interlocutor do presidente ao portal.

Durante o papo, Bolsonaro chegou a convida-los para participarem de uma entrevista em Brasília, ainda nesta semana.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Sofia Carnavalli
Sofia Carnavalli é jornalista formada pela Cásper Líbero e colaboradora do DCM desde 2024.