
A ativista sueca Greta Thunberg está detida em Israel sob condições descritas como degradantes e violentas. Segundo relatos obtidos pelo jornal The Guardian e confirmados por comunicações diplomáticas da Suécia, Greta foi “arrastada pelos cabelos”, “forçada a beijar a bandeira israelense” e mantida sem alimentação e água adequadas. A jovem foi presa na quinta-feira (2) após integrar a Flotilha Global Sumud, que tentou furar o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza.
Diplomatas suecos que visitaram Greta na prisão do deserto de Negev relataram que ela sofre desidratação, erupções cutâneas provocadas por percevejos e tem dormido em cama infestada de insetos. A ativista também teria sido obrigada a segurar bandeiras durante sessões fotográficas, levantando suspeitas de uso indevido das imagens por autoridades israelenses.
O relatório diplomático obtido pelo Guardian descreve o tratamento recebido por Greta como “severo” e aponta que ela permanece por longos períodos sentada em superfícies duras. A falta de higiene, alimentação precária e ausência de ventilação adequada foram relatadas tanto por Greta quanto por outros presos estrangeiros detidos na mesma operação.

De acordo com a ONG Adalah, que acompanha os casos, os 437 ativistas capturados durante a ação israelense sofrem violações sistemáticas de direitos humanos, incluindo negação de água, medicamentos e acesso imediato a advogados. A prisão de Ketziot, onde Greta está detida, é uma instalação de segurança máxima conhecida pelas más condições impostas a palestinos.
A detenção da ativista provocou forte repercussão na Suécia, onde parlamentares e entidades de direitos humanos exigem do governo uma ação diplomática mais firme junto a Israel. As denúncias também reacenderam o debate sobre o bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza e a repressão contra missões humanitárias civis.
Até o momento, o governo israelense não se pronunciou sobre as acusações específicas de maus-tratos à ativista sueca. Imagens divulgadas pela chancelaria israelense mostram apenas o momento da prisão de Greta, sem detalhes sobre o período posterior à detenção.