Grupo Legendários “recruta” parlamentares de direita e ganha espaço na política

Atualizado em 7 de junho de 2025 às 11:01
Grupo Legendários em expedição. Foto: reprodução

O grupo Legendários, que promove atividades exclusivas para homens como “conquistas de montanhas” e acampamentos, tem ganhado espaço na política brasileira por meio de homenagens oficiais partindo de parlamentares de direita e extrema-direita. Assembleias Legislativas e câmaras municipais de diversos Estados estão criando datas comemorativas para celebrar a organização, que cobra de R$ 1.500 a R$ 81 mil por participação em seus eventos.

Em Mato Grosso do Sul, a Assembleia Legislativa aprovou em 29 de maio a criação do “Dia Estadual dos Legendários”, que será celebrado em 13 de julho se sancionado pelo governador. Minas Gerais também analisa projeto semelhante para instituir a data em 23 de julho.

No âmbito municipal, cidades como Passo Fundo (RS), Campo Grande (MS) e São João Del-Rei (MG) já oficializaram dias em homenagem ao grupo.

A atuação do grupo no Legislativo ganhou destaque na última terça-feira (3), quando o deputado estadual Paulo Cézar Martins (PL-GO) declarou na Assembleia de Goiás que é o primeiro parlamentar seguidor da prática. “Eu quero pedir licença à minha Casa para tirar a minha gravata, o meu paletó e me apresentar como o primeiro deputado Legendário do Estado de Goiás”, anunciou.

O parlamentar ainda convocou seus colegas a seguir o “Legendário 01”, que seria Jesus Cristo. “Estão convidados para reafirmar a questão do caráter e a questão de homem”, disse Martins.

 

O que é o grupo Legendários?

O Legendários se define como um movimento que busca “a transformação de homens, famílias e comunidades por meio de experiências que levam os homens a encontrarem a melhor versão de si”.

Com presença em 13 países e 70 cidades, o grupo atrai celebridades e influenciadores, como o empresário Neymar “pai”, progenitor do atleta, o ex-BBB Eliezer, o humorista Tirulipa e o coach de finanças Thiago Nigro, conhecido como “Primo Rico”, que participaram de expedições.

“Não estou falando de religião alguma, estou falando de hombridade e caráter, venha conquistar a sua montanha e esteja caminhando com homens que são íntegros e vão mudar a história desta nação”, diz um membro em publicação no Instagram. No entanto, os encontros partem de igrejas e são lideradas por pastores e outras personalidades religiosas.

Em janeiro deste ano, o administrador Fábio Adriano Machado Cherini, 44 anos, morreu durante um acampamento do grupo. A organização exige atestado médico de aptidão física para participar de seus eventos, que incluem desafios em ambientes naturais.