
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (28) os interrogatórios de dez réus acusados de integrar um dos núcleos centrais da trama golpista contra o Estado Democrático de Direito. O grupo é composto por nove militares das forças especiais do Exército, conhecidas como “kids pretos”, e um agente da Polícia Federal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o grupo planejou ações coercitivas e violentas, incluindo um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo” para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice, Geraldo Alckmin, antes da posse, marcada para dezembro de 2022.
Os nomes dos réus incluem o general Estevam Gaspar de Oliveira, além de outros oficiais de alta patente. Eles fazem parte do chamado núcleo 3 da investigação e são acusados de tentar abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, articular um golpe de Estado, integrar organização criminosa, além de praticar dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.
A fase de instrução processual avançou com os depoimentos de testemunhas na semana passada, e agora se concentra na oitiva dos réus.

Com o término dos interrogatórios, o ministro Alexandre de Moraes abrirá prazo de cinco dias para novas diligências. Em seguida, terá início a fase das alegações finais, momento em que Ministério Público e defesas apresentarão os últimos argumentos antes da decisão da Primeira Turma do STF. Essa etapa será determinante para estabelecer as condenações e penas de cada réu, que ainda poderão recorrer dentro do próprio Supremo.