Guedes insiste na CPMF e diz que queda do secretário da Receita foi cortina de fumaça para acalmar ânimos. Por Fernando Brito

Atualizado em 23 de setembro de 2019 às 19:41
Paulo Guedes. (foto: AFP / Sergio LIMA )

Publicado originalmente no blog Tijolaço

POR FERNANDO BRITO

Paulo Guedes está completamente perdido na gestão da economia do país.

Hoje, em entrevista, na falta de qualquer projeto para apresentar, voltou a falar num imposto sobre transações monetárias, nos mesmos moldes da CPMF que, por ordem de Bolsonaro, estaria “morta”.

Sugeriu que isso – e a demissão do Secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foram apenas para “acalmar” o ambiente de rejeição ao imposto:

Antes que dê algum mal entendido, porque não é a CPMF, você tira logo o Cintra pra dizer que acabou logo esse assunto. Para todo mundo entender que não é CPMF. Todo mundo entendeu que não é? Agora vamos conversar com calma? Vamos”, disse Guedes em entrevista à rádio Jovem Pan.

Depois, perguntado se a ideia do imposto estava definitivamente abandonada, saiu pela tangente: “É aquele negócio. O último que falou nisso foi demitido, então não vou falar nisso”.

Em condições normais seria impossível acreditar que a estrutura tributária de uma das maiores economias do mundo estivesse ao sabor de “pegadinhas”. Mas o Brasil não é um país normal, hoje.

O país tem nada menos que três “reformas” tributárias em curso: uma no Senado, outra na Câmara e uma, ainda completamente misteriosa, no Executivo.

Na prática, o que vai acontecer é que o Governo terá de sair correndo atrás das propostas do Legislativo que, é obvio, vão fatiar receitas com vantagem para Estados e municípios.

E a União, para se safar, terá de inventar algo, nem que seja a ressurreição da “morta” CPMF.