Guedes, o Fies e o “filho do porteiro”: o “projeto econômico” do governo é baseado no ódio patológico de pobre

Atualizado em 29 de abril de 2021 às 18:49
Ramos e Guedes. Foto: Reprodução

Paulo Guedes tem ódio patológico de pobre e não faz questão de esconder. É um caso de estudo.

Na terça, afirmou que a pandemia não foi a responsável por tirar a capacidade de atendimento do setor público, mas sim “o avanço na medicina” e “o direito à vida”.

“Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130”, disse. “Não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar”.

Hoje, sem saber que estava sendo gravado, o sujeito reclamou que o governo federal deu bolsas em universidades para “todo mundo” por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Até quem não tinha a “menor capacidade” e “não sabia ler nem escrever” entrou na graduação através desse benefício, queixou-se.

“O porteiro do meu prédio, uma vez, virou para mim e falou assim: ‘Seu Paulo, eu estou muito preocupado’. O que houve? ‘Meu filho passou na universidade privada’. Ué, mas está triste por quê? ‘Ele tirou zero na prova. Tirou zero em todas as provas e eu recebi um negócio dizendo: parabéns, seu filho tirou…’ Aí tinha um espaço para preencher, colocava ‘zero’. Seu filho tirou zero. E acaba de se endereçar a nossa escola, estamos muito felizes”, disse o ministro da Economia.

Eis o busílis.

Para Guedes, o filho do porteiro não deveria existir. A empregada tampouco. O motorista de ônibus nem se fale.

Em março do ano passado, quando coronavírus começava sua coleta de cadáveres, a chefe da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Solange Vieira, submetida à pasta de Guedes, deu a letra.

Segundo relatos, falou a integrantes do Ministério da Saúde que a concentração da doença em idosos poderia ser positiva para melhorar o desempenho econômico ao reduzir o rombo nas contas da Previdência

O modelo de Paulo Guedes não é liberal, mas assassino.

Pessoas sem recursos são um peso e precisam ser descartadas. Sacrifícios no altar do deus mercado. Não há espaço para todo mundo. 

Em Davos, ele mesmo resumiu o “projeto”.

“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Eles têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas minorias étnicas, essas coisas…”, declarou.

A covid-19 veio para pôr em prática a chacina com que ele sempre sonhou.