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Guerra Israel-Hamas faz indústria bélica faturar R$ 11 trilhões; EUA têm 45% do mercado

Forças de Israel

Crescente aumento do poderio militar da China, um conflito entre Rússia e Ucrânia com mais de dois anos de duração e o recente ataque do Hamas a Israel e o revide do governo de Netanyahu. Como o personagem de Nicholas Cage em “O senhor das armas”, a indústria bélica esfrega as mãos. Em 2022, foram gastos R$ 11 trilhões em todo o mundo.

Levantamento feito pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, citado pelo jornal The New York Times, mostra um aumento da cifra de 23% neste ano – já descontada a inflação. Com o mundo assistindo grandes embates em dois locais do globo, o setor armamentista norte-americano opera a todo vapor.

“Mesmo antes de Israel responder ao ataque do Hamas, havia uma corrida global para a compra de armas letais. O aumento nas vendas também tem sido impulsionado pelo ritmo rápido da mudança tecnológica no combate à guerra, pressionando mesmo nações bem armadas a comprar novas gerações de equipamento para se manterem competitivas”, sublinha o NYT.

Em 2022, os Estados Unidos controlavam cerca de 45% das exportações mundiais de armas, quase cinco vezes mais do que qualquer outra nação. É o nível de domínio mais elevado desde os anos imediatamente seguintes ao colapso da União Soviética, de acordo com os dados. “Dez anos atrás, os EUA detinham apenas 34% do mercado”, compara o jornal norte-americano.

“O esforço para modernizar os arsenais militares também criou um dos esforços diplomáticos mais robustos desde a Segunda Guerra Mundial por parte do governo dos EUA para expandir as alianças militares”, diz o NYT. A ideia é roubar clientes da China e da Rússia.

Nações do Oriente Médio, de Israel à Arábia Saudita, continuam a ser grandes compradoras de armas americanas – a nova guerra deve aumentar as encomendas. “A intensa procura por poder de fogo militar também encorajou outras nações produtoras de armas, como a Turquia e a Coreia do Sul, a aumentarem as suas exportações”. Segundo o NYT, Polônia e Indonésia, potências regionais são alguns desses novos clientes.

“Vivemos num mundo muito frágil, onde existem muitos conflitos não resolvidos. Conflitos como Índia x Paquistão e Azerbaijão x Armênia podem escalar para uma guerra entre potências”, disse Michael Klare, membro do conselho da Associação de Controle de Armas, uma organização sem fins lucrativos.

Propostas recebidas pelos EUA ultrapassaram US$ 90,5 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, contra uma média anual de cerca de US$ 65 bilhões na década anterior, de acordo com dados do Forum on the Arms Trade. Mas as vendas governamentais são apenas um terço do total. As vendas privadas são o dobro desse montante.

Charles Nisz

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