Gusttavo Lima prova que é bolsonarista raiz: desconhece leis, regras e se faz de vítima. Por Donato

Atualizado em 16 de abril de 2020 às 14:07
Gusttavo Lima entornando na boquinha da garrafa

Enquanto pessoas sentem os efeitos psicológicos do distanciamento social e a OMS alerta para que países tomem medidas contra o abuso no consumo de bebidas alcoólicas por pessoas trancadas em casa, um certo cantor de nome Gusttavo Lima tem feito lives nas quais bebe de maneira desbragada.

Toma no gargalo, toma vários tipos de bebida, bebe como se não existisse amanhã nem ressaca.

Se o leitor não sabe quem é Gusttavo Lima, segue aqui o currículo bastante do rapaz:

É um bolsonarista, que canta música de péssima qualidade, que pertence ao grupo de ‘artistas’ que duplica letras do nome artístico para dar um ar, digamos, refinado.

“Ah, senhor jornalista, que elitista essa descrição.” Nesse aspecto sou mesmo, isso aí não é arte, sinto muito. É entretenimento da pior qualidade, que emburrece as pessoas e que não faria falta nenhuma no mundo se desaparecesse. Mas voltemos ao certo cantor.

Pelo comportamento no “show ao vivo”, e por estar sendo patrocinado, Gusttavo Lima e seu patrocinador estão sob a mira do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

O órgão abriu uma representação contra o cantor e a Ambev por considerar que foram infringidos termos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária para propaganda de bebidas alcoólicas.

O Conar recebeu centenas de denúncias de espectadores que se indignaram com “a falta de mecanismo de restrição de acesso ao conteúdo das lives a menores de idade e a repetida apresentação de ingestão de bebidas”, como afirmou em nota.

Antes tarde que mais trade, pois bebida é o forte desse rapaz não é de hoje.

“Fazer beber” é nome de uma de suas músicas; “Se é pra beber, eu bebo” é outra; “Não paro de beber” é nome de um de seus DVDs; “Ajude um buteco” é como ele legenda as lives etílicas.

No clipe de “Não Paro de Beber”, Gusttavo Lima é aconselhado por um médico a parar com o vício. O médico é interpretado por Danilo Gentili. Se Danilo Gentili fosse seu médico você também ignoraria seus conselhos, admita.

Metido a machão bebedor, durante um show em Goiânia em julho do ano passado, Gusttavo Lima fez discurso de enaltecimento ao ato de se embriagar e declarou que “gin é bebida de mulher” e que ele queria tomar algo “de homem”. Conseguiu ser burro e machista ao mesmo tempo. Naquele dia perdeu algumas fãs.

Mas Gusttavo Lima não causa estragos somente por induzir pessoas a beberem até cair. Ele usa as lives para fazer apologia de outras drogas.

No último sábado, dia 11, ele afirmou durante sua live que Bolsonaro “está fazendo um grande trabalho”. Tem que estar muito bêbado ou ser muito burro para dizer algo assim.

Bolsonarista de primeira hora, Gusttavo Lima tem usado as redes sociais para demonstrar que, assim como o energúmeno em quem votou, desrespeita as regras de quarentena. Recentemente publicou fotos de uma festa em uma piscina. O filho zero-quatro, Renan Bolsonaro, estava presente.

Também tem desfilado toda sua inteligência ao sugerir que as pessoas parem de se informar sobre a Covid-19 pelas TVs que, segundo ele, estão “espalhando mais o pânico que a paz”.

Será que irá compor uma canção panfletária com isso?

O cantor se mostrou irritado com a repercussão negativa de suas bebedeiras e com a notificação do Conar e ameaçou não mais fazer lives.

“Acho que uma live engessada e politicamente correta não tem graça. O bom são as brincadeiras, a vontade, levar alegria alto astral para as pessoas que estão agoniadas nesse momento. Não farei live pra ser censurado”, escreveu ele no Twitter.

Como quem sai aos seus não degenera, Dudu Bananinha imediatamente se solidarizou:

“Um conselho: não seja influenciado pela opinião de quem só quer te destruir. Pense nas pessoas que tem ajudado, no seu público gigante e não se influencie por vagabundos, o Brasil está com você, esperamos mais lives com ansiedade”, escreveu o quase embaixador.

O excesso de álcool pode agravar problemas de saúde mental e física e agravar comportamentos violentos.

A gerente do Programa de Álcool e Drogas Ilícitas da OMS, Carina Ferreira-Borges, declarou ontem o seguinte:

“Durante a pandemia do COVID-19, deveríamos nos perguntar realmente quais os riscos que corremos ao deixar as pessoas presas em suas casas com uma substância prejudicial tanto em termos de saúde quanto nos efeitos de seu comportamento sobre os outros, incluindo a violência”.

Mal sabe ela que no Brasil tem gente presa em casa tendo que aturar alcoólatra e ouvindo Gusttavo Lima ao mesmo tempo. Ninguém merece.

O tuíte-burguer