Haddad afasta a ideia de disputar a prefeitura e Marta deve ser vice de Márcio França. Por José Cássio

Atualizado em 18 de dezembro de 2019 às 16:12
Marta e Haddad

Na dúvida sobre quem será o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Carlos Zarattini decidiu se antecipar: está convocando para às 19h desta quinta-feira, 19, no Salão Nobre da Câmara Municipal, um encontro com militantes para lançar a sua pré-candidatura.

“A hora é agora! Venha ajudar a organizar a luta”, diz o convite que o deputado federal, atualmente no 4º mandato, está distribuindo.

Zarattini é mais um que tenta viabilizar a sua candidatura aproveitando recusa do ex-prefeito Fernando Haddad, preferido de Lula, em aceitar o desafio.

Além dele, buscam se viabilizar os também deputados Alexandre Padilha e Paulo Teixeira e o ex-secretário de Transportes, Jilmar Tatto, que tem maioria folgada no partido em caso de prévias.

Com as reiteradas negativas de Haddad, a ex-prefeita Marta Suplicy (sem partido), cotada para a vaga de vice na chapa petista, começa a viabilizar voo próprio: nesta semana, liderados por Márcio Toledo, namorado da ex-senadora, seus apoiadores lançaram um grupo de discussão no whatsapp para aglutinar forças progressistas em torno de um projeto de centro-esquerda.

A ideia é fazer frente às candidaturas de direita vinculadas ao governador de São Paulo, João Doria, e ao presidente Jair Bolsonaro.

Marta tem dito que toparia integrar uma chapa comandada por Fernando Haddad.

Mas é praticamente certo que não aceite participar caso o ex-prefeito não ceda aos apelos – neste caso, o caminho natural da ex-senadora é aceitar o convite para ocupar a vaga de vice na chapa de Márcio França (PSB), que concorreu a governador e ganhou com folga de João Doria em São Paulo na disputa do segundo turno no ano passado.

No PT, a recusa de Fernando Haddad não é vista com bons olhos: vai se consolidando a fama de que o ex-candidato a presidente pelo partido não abre mão de interesses particulares em nome das causas coletivas.

Era assim na prefeitura, quando ele se recusava e cumprir agendas de fins de semana por não abrir mão do descanso com a família. E está sendo agora, quando alega que depende do salário de professor no Insper, entre outras coisas, para garantir o sustento da casa.

Enquanto isso, os ‘japoneses do partido’, como os pré-candidatos são chamados internamente pelos militantes, continuam fazendo aquecimento à beira do gramado para ver se conseguem um espacinho ainda que seja no final do segundo tempo.

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PS: Japonês é uma gíria da política referente ao fato de que todos têm relativamente pequena expressão eleitoral e são todos quase iguais.