Haddad inicia no Sul caravana por Lula livre e contra retirada de direitos

Atualizado em 5 de abril de 2019 às 18:11
Haddad em ato pela defesa de Lula

Publicado na Rede Brasil Atual

“Precisamos discutir a democracia, os direitos sociais escritos na Constituição, as possibilidades de desmonte dos programas sociais, o que diz muito à população. Falamos sobre direitos consagrados como saúde, educação, Previdência, assim por diante”, disse o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que disputou o segundo turno das eleições presidenciais no ano passado. Ele começa nesta sexta-feira (5) uma caravana pelo país.

Inspirado nas caravanas realizadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de sua prisão, em 7 de abril de 2018, Haddad inicia sua jornada por Porto Alegre. Nesta manhã, o político e professor universitário concedeu entrevista aos jornalistas Juremir Machado e Taline Opptiz, da rádio Guaíba. Além de temas relacionados a direitos que afetam diretamente os trabalhadores, está na pauta de Haddad a defesa da inocência de Lula.

“Como advogado dele, posso dizer que já li e reli a sentença que o condenou e não encontrei sequer um parágrafo que me convencesse de que a decisão foi correta”, afirmou. Lula foi condenado em dois processos da Operação Lava Jato, a primeira relacionada ao triplex de Guarujá e, a segunda, com o sítio de Atibaia, no interior paulista. A defesa do ex-presidente alega perseguição de parte do Judiciário, já que as provas são escassas, ao contrário das convicções.

Haddad classificou Lula como mandatário do “melhor governo da história da República”, e que existem “esforços grandes, com resultados notáveis, para recompor o campo progressista”. Para tal, ele clamou por união da democratas em torno de um projeto negociado. “Não vejo viabilidade de a esquerda governar novamente o país sem que haja gestos de todos em proveito do comum.”

Questionado se o PT exige ser cabeça de chapa neste projeto, o ex-prefeito disse que não necessariamente. “O Lula sempre falava que, em 2018, deveríamos lançar um candidato de outro partido. Inclusive, já estava quase definido quem seria. Lula tinha muito apreço pelo Eduardo Campos e chegou a falar, fui testemunha de conversas.”

A caravana

A agenda de atos de Haddad começa às 16h, com ato na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao lado de Manuela D’Ávila (PCdoB), que concorreu à vice-presidência na chapa liderada pelo petista. Após o encontro, está marcado uma caminhada, às 18h, do Largo Glênio Peres até a Assembleia Legislativa, onde será realizado um ato contra a “reforma” da Previdência, proposta pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), e pela liberdade de Lula.

De Porto Alegre, a caravana segue para Florianópolis, no sábado. Já no domingo, dia em que a prisão completa um ano, Haddad estará em Curitiba, para manifestação diante da sede da Polícia Federal do Paraná, onde o ex-presidente está preso. Desde o primeiro dia, apoiadores estão concentrados na Vigília Lula Livre.