Haddad, sobre decisão do Bacen de não reduzir a Selic: “Muito preocupante”

Atualizado em 22 de março de 2023 às 21:46
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na noite desta quarta-feira (22) que o comunicado divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), após decidir manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, é “muito preocupante”.

Haddad alegou que o relatório divulgado pelo ministério mais cedo apontou aumento nas receitas e diminuição no déficit para o ano. Para o ministro, esse seria mais um motivo para o Banco Central flexibilizar a taxa de juros.

“Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje nós divulgamos o relatório bimestral da Lei de Responsabilidade Fiscal mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas [com déficit menor]”, disse Haddad a jornalistas.

O ministro afirmou que vai enviar ao BC as considerações do governo federal sobre o atual patamar da Selic. “Vamos levar o relatório e mostrar que nosso compromisso firmado em janeiro é consistente e está se confirmando”, afirmou.

Fachada do Banco Central em Brasília. Foto: Reprodução

O BC enfatizou a “deterioração adicional” das expectativas de inflação e deixou a porta aberta para retomar o ciclo de elevação dos juros, caso considere necessário.

Além da deterioração das expectativas de inflação, o BC também cita a incerteza sobre a nova regra fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública como fator que pesou em sua decisão.

“O comunicado deixa em aberto. Num momento em que economia está retraindo e que o crédito está com problemas, sobretudo empresas, famílias, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros, que já é hoje a mais alta do mundo”, disse Haddad.

“Então obviamente que nós lemos com muita atenção, com consideração, mas nós achamos que realmente o comunicado preocupa bastante, porque a depender das futuras decisões, nós podemos inclusive comprometer o resultado fiscal, porque daqui a pouco você vai ter problema das empresas para venderem, recolherem impostos. Nossa preocupação é essa”, afirmou o ministro.

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