‘Havia um pacto entre Bolsonaro, Ibaneis e as polícias’, diz Lula sobre o 8/1

Atualizado em 5 de janeiro de 2024 às 16:21
O presidente Lula e, abraçados, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Fotomontagem

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista concedida ao Globo, disse que existia um “acordo” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o Exército e a Polícia do Distrito Federal durante os tumultos ocorridos em Brasília em 12 de dezembro de 2022.

Durante a cerimônia de posse de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ocorreram incêndios em veículos e uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal.

Além desses eventos, houve uma tentativa frustrada de atentado com bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília na véspera do Natal daquele ano. A situação se intensificou, culminando na invasão das sedes dos três Poderes em 8 de janeiro do ano passado.

“Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília, quando tacaram fogo em ônibus no dia em que fui diplomado”, disse Lula. “Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros, e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal).Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”.

Ônibus incendiado por bolsonaristas em Brasília no dia da diplomação de Lula Sérgio Lima/Poder360 12.dez.2022

“Não me passava pela cabeça”

Ao relembrar os primeiros dias de seu terceiro mandato, Lula expressou desconforto com a persistência dos acampamentos em frente aos quartéis. Ele mencionou que, antes de partir para Araraquara (SP), onde estava durante o ataque, teve uma conversa com o ministro da Defesa, José Múcio, destacando que não recebeu as informações corretas sobre a ameaça dos ataques.

“Antes de viajar para São Paulo, conversei com o ministro Múcio, ele disse que estava tranquilo, que as pessoas iam sair. Viajei tranquilo”, lembrou o presidente. “Não me passava pela cabeça que eu ia ser pego de surpresa com aquela manifestação. Sinceramente, não tive as informações corretas que tinha possibilidade de acontecer aquilo”. (…)

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