Heinze se reuniu com Bolsonaro para discutir golpe após as eleições, diz Cid em delação

Atualizado em 14 de fevereiro de 2024 às 19:55
O senador Luis Carlos Heinze (PP-AL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

O senador Luis Carlos Heinze (PP-AL) fez parte do grupo que planejou um golpe de estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens. O nome do parlamentar foi citado em delação à Polícia Federal. A informação é do jornal O Globo.

Segundo investigação da Polícia Federal, Heinze se reuniu com o então presidente no dia 12 de novembro, cerca de duas semanas após o segundo turno da disputa eleitoral. Na ocasião, Cid teve um encontro com o ex-ministro Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, e discutiu sobre uma videoconferência marcada para a data.

“Deixa ele [Heinze] com o PR [Presidente da República], que eu já sei qual é o assunto”, afirmou Braga Netto ao então ajudante de ordens.

Em áudio interceptado pela PF de poucos dias antes, em 8 de novembro, Cid relata a um interlocutor que o ex-presidente estaria recebendo visitas pessoais de aliados para pressionar o então comandante do Exército, o general Freire Gomes, “a tomar medidas mais fortes para reverter o resultado das eleições”.

PF descobriu diversas informações sobre o plano golpista no celular de Mauro Cid. Foto: Reprodução

Mensagens de Cid também revelaram que Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado federal e ex-ministro da Saúde, participou do plano de golpe. Segundo diálogos encontrados no celular do ex-ajudante de ordens, Bolsonaro teria desistido de “qualquer ação mais contundente”, mas mudado de comportamento após conversas com aliados.

No mesmo diálogo, ele afirma que Pazuello se reuniu com o então presidente para “dar sugestões e ideias de como ele poderia, de alguma forma, tocar o artigo 142”.

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