A perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral e necessita de cirurgia para tratamento. Segundo o laudo, não há indicação de procedimento em caráter de urgência ou emergência, apesar da necessidade de correção cirúrgica.
A hérnia inguinal ocorre quando tecidos do interior do abdômen atravessam um ponto enfraquecido da parede abdominal na região da virilha, formando um abaulamento. Quando esse deslocamento acontece dos dois lados, a condição é chamada de bilateral. Os sintomas podem incluir inchaço, dor ou desconforto, principalmente ao fazer esforço, tossir ou permanecer muito tempo em pé.
Ao explicar o problema, o cirurgião do aparelho digestivo Pedro Bertevello afirmou: “O que, exatamente, é uma hérnia? É um defeito na parede abdominal. Esse defeito pode existir desde o nascimento, em pessoas que já têm uma fraqueza natural na região, ou pode surgir ao longo da vida, especialmente depois de uma cirurgia abdominal”.
Segundo especialistas, a correção da hérnia pode ser feita por videolaparoscopia ou por cirurgia aberta. Na videolaparoscopia, o cirurgião utiliza uma câmera para acessar a cavidade abdominal, reposicionar o intestino e aplicar uma tela de malha para reforçar a parede abdominal.
Na cirurgia aberta, indicada em casos mais complexos, o médico atua diretamente na região afetada, solta manualmente as alças intestinais e reforça os músculos e a aponeurose, podendo também implantar uma tela de sustentação. O objetivo do procedimento é evitar que o intestino volte a se projetar para fora da cavidade abdominal.
Sobre a recuperação, Bertevello explicou que “é uma cirurgia relativamente simples: o paciente interna um dia, opera e, geralmente, recebe alta no dia seguinte. Depois, cumpre uma semana de repouso relativo e cerca de 30 dias sem fazer força ou carregar peso”.