Hoje é dia dos Bolsominions de Doria na Paulista. Por Fernando Brito

Atualizado em 26 de março de 2017 às 8:33
A volta dos que não foram
A volta dos que não foram

 

Na pataquada de hoje da Avenida Paulista – o resto é figuração de grupos de extrema direita e eleitores tucanos  do “seja quem for” –, dois campos estarão representados.

Os furiosos de Bolsonaro e, com a devida mobilização providenciada “espontaneamente” a turma do “caviar style” e os bolsominions de João Doria, que vão testando, de forma cada vez mais ousada, a sua capacidade de se impor sobre a máquina partidária do tucanato.

Ainda assim, salvo surpresas que nem eles esperam, não parece que estejam conseguindo se unificar em torno de coisa alguma, a não ser o de barrar, destruir, aniquilar e matar – ao menos do ponto de vista eleitoral, senão de outros – Lula.

A pauta dos “movimentos sociais” é uma salada: apoio à Lava Jato, fim da corrupção, do foro privilegiado, do imposto sindical, da “lista fechada” que nem existe, dos aumentos de impostos que não foram anunciados, pela  liberação da posse de armas, e (esta não é escrita), pelo fim dos direitos trabalhistas e previdenciários.

Quem tem meia dúzia de pautas, como se sabe, é porque não tem nenhuma.

A rigor, este é o problema da direita brasileira. Não tem programa, não tem projeto de país e nem mesmo tem alternativas econômicas a oferecer, sobretudo porque está no comando da economia desde antes da queda de Dilma e agora parte para o “herético” aumento de imposto que antes demonizava.

Ou você acha que vestir uma fantasia de gari e fazer a “dancinha da vassoura”  para as imagens da imprensa amiga serve  como solução para a crise brasileira?

Tudo que lhe resta é buscar uma nova cara, bem esticadinha, a quem o dinheiro supre a experiência, a capacidade de unir, a de mobilizar alguém além dos salões da elite em seus ágapes e um bando de moleques alucinados, que se tornaram “militantes profissionais” e, como seu herói, sobrevivem do que os empresários lhe dão para que os sirvam?