Homem mais alto do Brasil perde segunda perna por diabetes

Atualizado em 26 de outubro de 2025 às 14:41
Ninão, antes e após as amputações — Imagem: Divulgação/Arquivo Pessoal

O paraibano Joelison Fernandes da Silva, conhecido como Ninão, considerado o homem mais alto do Brasil, com 2,37 metros, passou por uma nova amputação de perna no último dia 17 de outubro, no Hospital das Clínicas de Campina Grande (PB). A cirurgia foi necessária devido a uma infecção óssea causada por complicações da diabetes. Em 2021, ele já havia perdido a perna direita pelo mesmo motivo.

De acordo com o hospital, Ninão sofre de pé de Charcot, condição degenerativa que atinge ossos e articulações dos pés e tornozelos, geralmente associada à neuropatia diabética. A falta de sensibilidade faz com que pequenas fraturas evoluam sem dor até atingirem o osso. O caso evoluiu para osteomielite, infecção que levou à amputação da perna esquerda cerca de 20 centímetros acima do pé.

“Uma infecção de partes moles não tratada pode evoluir para o osso, e foi o que ocorreu com o Ninão”, explicou o médico Alisson Mendes, coordenador do Hospital das Clínicas. O paciente recebeu alta no dia 20 e agora segue em recuperação em Assunção (PB), onde mora com os pais. Ele deve retornar à unidade no dia 17 de novembro para a retirada dos pontos e acompanhamento ambulatorial.

Diagnosticado com gigantismo na adolescência, Ninão já enfrentava uma rotina difícil por causa da mobilidade reduzida. Aos 14 anos, ele já media 1,95 metro e precisou tomar medicamentos para desacelerar o crescimento. Em entrevista, contou que sabia do risco da nova amputação desde a primeira cirurgia, mas encara o momento com serenidade. “Agora sem as duas pernas vai ser mais difícil, mas vou seguir em frente”, disse.

Ninão mostra medalha de prata em Campeonato de Paulista de vôlei sentado Imagem: Arquivo pessoal

O ex-jogador da seleção brasileira de vôlei sentado revelou que pretende retomar o esporte assim que se recuperar. Entre 2022 e 2024, Ninão defendeu o Clube Atlético Paulistano e conquistou a medalha de prata no Campeonato Paulista da modalidade. Ele também iniciou uma campanha para arrecadar recursos e comprar uma cadeira de rodas motorizada e uma nova prótese.

Atualmente, Ninão vive com um salário mínimo de aposentadoria e conta com doações para cobrir parte das despesas médicas. “A vida de um amputado não é fácil, mas estar sem dor e fora do hospital já é uma vitória”, afirmou. Interessados em ajudá-lo podem fazer contribuições via Pix pela chave 83998965901.