“Huck queria um heliponto na proa”, conta ao DCM funcionário da construção do iate do apresentador-candidato

Atualizado em 2 de novembro de 2017 às 11:34

 

Um dos funcionários envolvidos na construção do iate de Luciano Huck enviou ao DCM um email com dados sobre ele. Pediu anonimato.

O Bejoa — contração dos nomes de Benjamim, Joaquim e Eva, filhos do apresentador e de Angélica — chamou atenção quando navegou pelo litoral de Santa Catarina no primeiro semestre. Um vídeo viralizou (acima).

Tem 120 pés (mais ou menos 40 metros de comprimento), 4 andares, 4 suítes, 2 cozinhas e academia de ginástica. Fica ancorado na Marina do Bracuhy, em Angra dos Reis, no Rio.

Vale 30 milhões de reais. Com esse dinheiro para gastar, Huck recorreu até a última instância para escapar de uma indenização de 40 mil por dano ambiental depois de instalar uma cerca de “maricultura” para proteger do povo sua mansão em Angra.

Os detalhes da concepção do Bejoa, segundo a fonte do DCM:

O barco era de um empresário que teve problemas financeiros e abandonou a obra na fibra. Hoje ele mora nos Estados Unidos.

Existem dois similares no Brasil. O antigo Motu, que pertencia ao Eduardo Souza Ramos [sócio da Mitsubishi que foi investigado na na Operação Zelotes e acabou asolvido], foi vendido para o dono da rede Ipiranga. O outro ficava na praia do Frade, em Angra, e em Paraty.

Originalmente, o barco tinha 110 pés e a disposição interna era diferente. Foram feitos milhares de recortes e enxertos para alongar e adaptar à nova planta. O iate, na verdade, é todo retalhado e remendado.

Huck queria pôr um heliponto na proa, mas desistiu. Só a porta da popa traseira custou mais de 200 mil reais. Tem dois motores CAT de 1800 hp e 2 geradores de aproximadamente 30 KVA. Comporta por volta de 15 mil litros de diesel.

O dono do estaleiro onde o Bejoa foi construído se chama Roberto Luiz Martins. Ele tem aproximadamente 120 funcionários, aos quais não paga nenhum direito há anos. Não deposita FGTS, atrasa salários em mais de três meses e anda pelo lugar despedindo qualquer um para demonstrar poder. 

Luciano aceitou fazer um barco nessas condições, sem nenhum zelo pelo trabalhador.

Ele queria um iate italiano chamado Sanlorenzo SD 126. Acabou fazendo uma cópia mais luxuosa. Contratou o arquiteto Thiago Brenardes para fazer o projeto interno e o resto veio todo de fora.

Manter uma embarcação dessas custa uma fortuna. O comandante ganha cerca de R$ 10 mil por mês. Uns três marinheiros para manobras acrescentam uns R$ 3 mil. Mais um chef de cozinha e outras mordomias. Ouvi falar em 3 babás.

A marina cobra mais de R$ 10 mil. Combustível eu calculo em 200 litros por hora no mínimo. Fora os brinquedos: bote com motor de centro, jet ski etc.

Cabem 5 casais, fora a tripulação de sete pessoas, mais ou menos. No Brasil, se existirem 15 embarcações como essa é muito.

Luciano Huck pousava seu helicóptero Esquilo dourado no estaleiro de 15 em 15 dias para fazer as reuniões sobre o Bejoa. Na maioria das vezes, os encontros eram no próprio barco.