Como fez com Sergio Moro, Joesley Batista, Aécio Neves, Accioly, Junior Durski, FHC, e uma miríade de figuras que se tornaram persona non grata, Luciano Huck já está apagando os rastros com Ricardo Nunes.
O sócio da Máquina de Vendas (fusão entre Ricardo Eletro e Insinuante, que Huck chamou de “cavalo certo”) foi preso hoje numa operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais.
A filha dele, Laura, e o irmão, Rodrigo, também rodaram.
Aproximadamente R$ 400 milhões em impostos foram sonegados ao longo de cinco anos. A operação se chama Direto com o Dono.
De acordo com o MPMG, a rede de varejo cobrava dos consumidores, embutido no preço dos produtos, o valor correspondente aos impostos, mas não fazia o repasse.
Os bens imóveis do ex-amigo de Huck não estão registrados no nome dele, mas de suas filhas, mãe e do irmão.
O crescimento do patrimônio individual do principal sócio ocorreu na mesma época em que os crimes tributários eram praticados, caracterizando lavagem de dinheiro.
A Justiça determinou o sequestro de bens avaliados em de R$ 60 milhões.
Em 2010, Huck faturou em torno de R$ 400 mil numa campanha da Ricardo Eletro.
De acordo com Relatório Reservado, ele falava com o empresário “sobre investimentos conjuntos na área de varejo, notadamente no comércio eletrônico”. Não se sabe se virou.
A parceria com o apresentador e hoje candidato a presidente havia começado em 2009, com o patrocínio do quadro Cantando o 7, em que os prêmios eram produtos da empresa.
Ricardo chegou a se fantasiar de Papai Noel para entregar eletrônicos às 470 pessoas que estavam na gravação do Caldeirão. Tudo pago, evidentemente.
Em 2013, Huck recebeu o sujeito em seu programa para vender o sujeito como “simples” e maravilhoso, um “self made man” que começou comercializando mexerica.
A patacoada termina com a insuportável “Pescador de Ilusões”, do Rappa.
Huck lança as iscas. Pagou, levou. É um camelô e esse é o modelo que quer para o Brasil.