Hugo Motta diz que não cederá a ameaças de sanção dos EUA

Atualizado em 9 de agosto de 2025 às 18:10
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-AP). Foto: Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse em entrevista ao Metrópoles que não mudará sua atuação política diante da possibilidade de ser alvo de sanções dos Estados Unidos. A declaração foi dada em entrevista na quinta-feira (7) após questionamentos sobre uma eventual inclusão na lista da Lei Magnitsky, como ocorreu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo Motta, sua atuação seguirá baseada no cumprimento do regimento interno e da Constituição, sem se guiar por “este ou aquele risco”. Ele afirmou ter “muita tranquilidade” sobre suas decisões à frente da Casa e garantiu que continuará buscando dar institucionalidade e força ao Legislativo.

A ameaça de sanções foi mencionada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teria alertado Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre possíveis retaliações do governo de Donald Trump. Segundo Eduardo, ambos poderiam sofrer medidas semelhantes às aplicadas contra Moraes, caso não pautem a anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do STF.

Hugo Motta afirmou que não tem preconceito com pautas e que a votação de projetos, como o da anistia, depende do “ambiente político” da Câmara. Ele reforçou que propostas avançam “sem imposição” e “sem chantagem”, ressaltando que esse tipo de pressão não é compatível com o funcionamento da democracia.

O presidente da Câmara também indicou que não aceitará vincular o andamento das pautas a interesses externos ou pressões políticas, mantendo a autonomia da Casa. Para ele, a função do Legislativo é decidir sobre temas relevantes de acordo com o regimento e com o debate interno entre os parlamentares.

As declarações de Motta ocorrem em meio a um cenário de tensão entre aliados de Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, com ofensivas políticas para tentar aprovar medidas de anistia e retaliar ministros da Corte. A postura do presidente da Câmara é vista como um teste de resistência institucional diante de pressões internas e externas.