Hugo Motta suspende escolta de Talíria Petrone após críticas ao comando da Câmara

Atualizado em 13 de dezembro de 2025 às 17:47
Talíria Petrone (PSOL-RJ), deputada federal e líder da federação PSOL-Rede

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) teve sua escolta retirada pela Polícia Legislativa Federal após uma decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A medida, que ocorreu sem aviso prévio, aconteceu mesmo diante das ameaças de morte à deputada, que continuam sob investigação da Polícia Federal e da Polícia Civil.

Talíria, que é líder da bancada do PSOL na Câmara, considera a retirada da escolta uma retaliação política por suas críticas frequentes à gestão de Hugo Motta. A parlamentar intensificou suas críticas ao presidente da Câmara no plenário, incluindo sua atuação em relação à condução de pautas polêmicas, como a cassação do deputado Glauber Braga e o Projeto de Lei da Dosimetria, que reduz as penas de condenados por atos golpistas.

Segundo a deputada, ela não recebeu qualquer comunicação formal sobre a decisão, e foi informada apenas de que a justificativa para a retirada da escolta seria baseadas em um documento que apontaria supostos problemas de conduta pessoal, como o uso de Uber e frequências a eventos noturnos. Talíria afirmou que essas alegações são infundadas e não podem ser usadas para retirar a proteção de alguém que está sob ameaça constante.

Sem a escolta oficial, Talíria precisou contratar, por conta própria, uma escolta privada para retornar ao Rio de Janeiro e participar de um evento político-cultural. Ela questiona a decisão, afirmando que a justificativa é contraditória, já que, se seu comportamento coloca sua vida em risco, então a necessidade de escolta deveria continuar válida. A deputada também lembrou que outros parlamentares, como Nikolas Ferreira e Rosângela Moro, continuam com escolta, apesar de situações similares.

O presidente da Câmara, Hugo Motta

Em resposta à parlamentar, a assessoria de Hugo Motta informou que a decisão foi baseada em parecer técnico e que a questão será reavaliada. A nota afirmou que, a partir do pedido de reconsideração da deputada, a situação será revista, levando em consideração os critérios de segurança da Casa.

Talíria também destacou o histórico de ameaças contra sua vida, incluindo denúncias feitas ao Disque-Denúncia em 2020 sobre planos de milicianos para executá-la. Desde então, ela recebeu escolta por conta dos riscos à sua integridade física e à de seus filhos. Ela alerta que a retirada da proteção coloca sua segurança em risco e exige uma explicação clara sobre os critérios usados na decisão.