Humor, estoicismo e campanha: o depoimento de Lula a Bretas. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 5 de junho de 2018 às 16:42

Lula deu um depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato.

Falou na condição de testemunha de Sérgio Cabral na ação penal que apura pagamento de propina para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.

Ele está preso há quase dois meses.

Ao longo de aproximadamente 50 minutos, respondeu ao que lhe foi perguntado e deu seu recado.

“Não sei quem fez a denúncia, não quero saber”, afirmou, emendando que “estamos vivendo num momento de denuncismo”.

Fez piadas sobre o casal Obama, fez campanha.

No final, após um comentário de Bretas acerca de sua “relevância”, lembrando que militou em seu nome “de boné e camiseta”, convidou o magistrado para o “próximo comício”, arrancando risadas da audiência tensa.

Lula não vai dar a seus algozes o gosto de o verem derrotado.

A cadeia não lhe tirou a liderança nas pesquisas — e nem a tranquilidade, a segurança, o humor e o estoicismo.

O problema não é o Lula estar na prisão, nas condições atuais. É não estar aqui fora.