Humoristas e políticos da extrema-direita reagem à condenação de Leo Lins

Atualizado em 3 de junho de 2025 às 23:49
Léo Lins de camiseta preta, olhando sério para a câmera
O humorista Léo Lins – Reprodução/Redes Sociais

A recente condenação do humorista Leo Lins a 8 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por discursos considerados preconceituosos tem gerado ampla repercussão nas redes sociais. Comediantes e figuras políticas, como os vereadores Lucas Pavanato (PL-SP) e sua colega de extrema-direita, Amanda Vettorazzo (União Brasil), se manifestaram contra a decisão da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, classificando-a como excessiva e preocupante para a liberdade de expressão no país.

Entre os nomes que se posicionaram está Antonio Tabet, ator, roteirista e um dos criadores do canal Porta dos Fundos. Em publicação no X (antigo Twitter), ele afirmou que, embora alguém possa não gostar das piadas de Lins, a pena de prisão é “uma insanidade e um desserviço”. Ele completou: “Espero que essa decisão completamente descabida seja revertida.”

Jonathan Nemer também se pronunciou na rede social, destacando a inversão de valores no país: “Essa é a merda que acontece no Brasil… um país que leva a sério piadas que humoristas contam nos shows, e levam na brincadeira o que políticos fazem”.

Outro humorista, Renato Albani, usou o Instagram para protestar contra a condenação. Em sua publicação, ele questionou a seriedade do país, compartilhando uma reportagem sobre o caso.

Thiago Ventura, por sua vez, postou um vídeo no Instagram reagindo com indignação à notícia. Em tom de espanto, afirmou: “Não é possível não, pô.” A legenda da publicação dizia apenas: “É o quê?”, e gerou forte debate entre seus seguidores.

Danilo Gentili, ex-colega de Leo Lins no programa The Noite com Gentili, não fez declarações diretas, mas compartilhou postagens em apoio ao humorista condenado. O comediante foi desligado do SBT em 2022, após fazer uma piada capacitista que gerou controvérsia.

Além do meio artístico, políticos também saíram em defesa de Leo Lins. O vereador Lucas Pavanato (PL-SP) comparou a pena do humorista ao caso do funkeiro MC Poze do Rodo, que foi preso temporariamente no Rio de Janeiro por suspeita de ligação com o Comando Vermelho, sendo liberado após quatro dias com habeas corpus.

Amanda Vettorazzo (União Brasil), colega de Pavanato na Câmara Municipal de São Paulo, também protestou nas redes sociais, afirmando que “esse país acabou” após a sentença contra Lins. João Amoêdo, ex-presidente do partido Novo, comentou que não conhece pessoalmente Leo Lins nem o conteúdo de suas piadas, mas classificou a decisão judicial como “um completo absurdo”.

Leo Lins foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por declarações feitas durante um show de stand-up, cujo vídeo foi publicado no YouTube em 2022. A Justiça entendeu que as falas configuraram discurso de ódio contra minorias.

Além da pena de prisão, o humorista foi condenado a pagar uma multa de aproximadamente R$ 1,4 milhão, correspondente a 1.170 salários mínimos da época, e mais R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. A defesa ainda pode recorrer da sentença.