IBGE: Brasil tem recorde de idosos trabalhando; já são 1 em cada 4

Atualizado em 3 de dezembro de 2025 às 11:32
Idoso com carteira de trabalho na mão. Foto: Reprodução

A taxa de ocupação entre pessoas com 60 anos ou mais chegou ao maior nível desde 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2024, 24,4% dos idosos estavam trabalhando, o equivalente a 1 em cada 4. O instituto aponta que esse movimento reflete maior expectativa de vida, mudanças familiares, alta informalidade e os efeitos da reforma da Previdência de 2019.

A taxa de desocupação entre idosos caiu para 2,9% em 2024, mantendo retração iniciada em 2021. A subutilização também recuou e ficou em 13,2%, abaixo da média geral de 16,2%. O menor nível de ocupação desse grupo havia sido registrado em 2020, com 19,8%.

O país tem hoje 34,1 milhões de pessoas idosas, um aumento de 53,3% em 12 anos. Em 2012, esse grupo representava 14,4% dos brasileiros; em 2024, passou para 19,7%. O crescimento ampliou o impacto da população mais velha no mercado de trabalho.

A participação de homens e mulheres mostra diferenças marcantes. Entre 60 e 69 anos, 48% dos homens estavam ocupados em 2024, enquanto 26,2% das mulheres exerciam alguma atividade. O avanço da ocupação feminina, porém, foi determinante para o recorde. Em 2019, os índices eram de 14,6% entre mulheres idosas e 33,8% entre homens.

Idosos em fila. Foto: Agência Brasil

A partir dos 70 anos, a presença no mercado cai de forma acentuada. Apenas 15,7% dos homens e 5,8% das mulheres continuavam trabalhando nessa faixa etária. A pesquisa indica que idosos atuam principalmente por conta própria ou como empregadores, e 51% acumulavam duas posições de trabalho em 2024.

A informalidade permanece alta: 55,7% dos idosos estavam fora de vínculos formais. Entre pretos e pardos, o cenário é ainda mais desigual, com apenas 38,8% em ocupações formais e 61,2% na informalidade. A taxa de formalização desse grupo é a menor entre todas as faixas etárias analisadas.

O rendimento médio habitual dos idosos ocupados foi de R$ 3.561, valor 14,6% acima dos trabalhadores de 14 anos ou mais. Ainda assim, há fortes disparidades. Mulheres idosas receberam R$ 2.718, enquanto homens receberam R$ 4.071.

Já pretos e pardos tiveram rendimento médio de R$ 2.403, ante R$ 4.687 entre pessoas brancas. O rendimento-hora quase dobra com o avanço da idade: pessoas de 60 anos ou mais recebem R$ 25,60 por hora, frente aos R$ 13,30 entre jovens de 14 a 29 anos.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.