
A expectativa de vida ao nascer no Brasil voltou a crescer em 2025 e alcançou 76,6 anos, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (28). O avanço consolida a recuperação iniciada após o impacto da Covid-19 e supera o índice de 2023, que havia ficado em 76,4 anos.
O instituto destaca que a projeção para homens é de 73,3 anos, enquanto a das mulheres chega a 79,9 anos, confirmando o padrão histórico de maior longevidade feminina. A taxa de mortalidade infantil também mostrou melhora. O país registrou 12,3 mortes por mil nascimentos, número mais baixo que o de 2022, quando havia sido calculada taxa de 12,5.
O IBGE lembra que, em 1940, o indicador era de 146,6 mortes por mil nascidos, e cita fatores como vacinação, programas de nutrição, acompanhamento pré-natal, aleitamento materno e avanços em saneamento básico como fundamentais para essa queda.
Entre os idosos, a tendência é semelhante. Uma pessoa com 60 anos em 2023 teria, em média, mais 22,6 anos de vida. Pelas estimativas, homens nessa faixa viveriam mais 20,8 anos e mulheres, 24,2.
Esses números integram as Tábuas de Mortalidade 2024, elaboradas com informações do Censo Demográfico e do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O levantamento confirma a sobremortalidade masculina.

O IBGE relata que homens seguem mais vulneráveis a causas externas, incluindo homicídios e acidentes de trânsito, além de hábitos de vida que elevam o risco de morte precoce. O instituto afirma que, aos 20 anos, eles têm “4,1 vezes a chance” de não chegar aos 25 em comparação com mulheres.
Em 1940, essa diferença não aparecia nos registros, algo associado ao processo acelerado de urbanização e ao aumento da violência nos grandes centros a partir dos anos 1980. As projeções também apoiam cálculos previdenciários, já que o IBGE fornece estimativas de expectativa de vida até os 80 anos.
No cenário internacional, a ONU calcula que 588 mil pessoas completaram 100 anos em 2023. A expectativa média global está em 73 anos e deve chegar a 77 em 2050. O IHME lembra que a pandemia reduziu em 1,6 ano a longevidade média no planeta entre 2020 e 2021.
O país deve entrar em declínio populacional a partir de 2042. O IBGE projeta que o Brasil atingirá o pico de 220,43 milhões de habitantes em 2041 e, depois disso, começará a encolher. A tendência se intensifica nas décadas seguintes, levando o total estimado para 199,2 milhões em 2070.