Ibope: o Brasil já está se arrependendo de Bolsonaro e em breve ele volta ao condomínio na Barra. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 20 de março de 2019 às 19:29
Bolsonaro

A avaliação positiva do governo Bolsonaro caiu 15 pontos desde janeiro.

O índice de eleitores que considera sua gestão ruim ou péssima aumentou 13 pontos.

É o pior desempenho em primeiro mandato desde FHC, em 1995.

“Como a queda da avaliação positiva é rápida, espera-se que por inércia ela continue caindo no próximo mês”, diz o cientista político Alberto Carlos Almeida.

A solução seria Jair deixar de ser Jair, aponta Almeida.

Como isso é impossível, veremos essa impostura sangrar até a presidência ir parar no colo do general Mourão.

Numa transmissão ao vivo do canal do DCM no YouTube, nosso colunista José Cássio comentava que o governo Bolsonaro nos obrigava a viver numa espécie de Dia da Marmota, em que a sucessão de presepadas se repete ad infinitum.

Daqui a 50 anos, historiadores vão se debruçar, inevitavelmente, sobre a questão primordial: “como elegemos essa joça?”

É uma conjunção de fatores, evidentemente, como um câncer, um infarto ou um disco do Djavan, mas um deles apareceu de maneira cristalina.

O “World Happiness Report”, relatório mundial sobre felicidade feito pelo instituto Gallup, revelou que o brasileiro nunca foi tão infeliz quanto em 2018.

Diz o Extra:

O índice foi puxado pela crise financeira e pela falta de confiança nos líderes da política nacional. A desconfiança nos governantes por parte do povo foi tamanha que bateu o recorde da base de dados da Gallup para todos os países analisados em toda a série histórica, que começa em 2006. (…)

A conclusão foi que há uma onda global de infelicidade, motivada tanto pela desconfiança em líderes políticos quanto pelo consumo de informação pelas redes sociais. O Brasil ocupa a 32ª posição, com uma média de felicidade de 6,3 numa escala de zero a dez.

A FGV Rio usou a base de dados da Gallup para fazer uma análise mais detalhada sobre o estado de espírito dos brasileiros. Marcelo Neri, economista à frente desta segunda análise, explica que o cálculo da felicidade leva em consideração dois fatores: um social e um subjetivo.(…)

— Quando entramos em brutal recessão, em 2015, a desigualdade também aumentou, puxando os índices de felicidade para baixo. Nos últimos anos a renda média tem se recuperado, mas a desigualdade se mantém alta, puxando para baixo o bem estar— explica Neri. (…)

De acordo com Neri, nenhum país tem relação mais tênue entre felicidade e renda que o Brasil.

— Os mais ricos são muito mais felizes que os mais pobres. E os que mais demonstraram alteração no estado de espírito (negativa, dessa vez) foram os membros da classe média, que também foram responsáveis pelo último período de pico, em 2013. (…)

A desigualdade, explica o economista, é outro índice forte a puxar o Brasil para baixo no ranking.

— Em 2018, além do desemprego e da desigualdade, o brasileiro estava mais sensível, mais desiludido. Os resultados mostram um povo que não confia no governo, tem mais medo da violência e que desaprova as lideranças políticas.

Bolsonaro não representa esperança, não tem projeto, não tem nada.

É o retrato de um país triste, fruto de uma patologia social ampla.

Conseguiu dividir ainda mais uma nação com um discurso vagabundo, vingativo, narcisista e fascista.

Sua eleição veio de nossa infelicidade. Uma facada selo nosso destino.

Um núcleo duro de doentes sustenta uma doença. Não é a maioria.

É um clichê, mas precisamos voltar a sorrir por razões de sobrevivência como povo.

E, para isso, esse sujeito precisa ser jogado no lixo, juntamente com a família e agregados.

O Ibope mostra que isso está sendo feito e é melhor jair se acostumando.