
O uso da droga conhecida como Ice tem se espalhado entre jovens de classe média e alta no Brasil e acendido o alerta das autoridades. Com informações do Fantástico, da TV Globo.
Produzida a partir da flor da maconha com técnicas que envolvem gelo e filtragem, a substância é mais potente, viciante e cara que a maconha comum. Segundo a Polícia Civil, o Ice agora é fabricado também em território nacional e vendido livremente pelas redes sociais e aplicativos de mensagens.
“A concentração de THC, o princípio ativo da maconha, é muito maior”, alerta o delegado Luiz Alberto Guerra, do Denarc.

Ele classifica o Ice como “a maconha de playboy”, por ser uma droga mais sofisticada, comercializada em festas e eventos voltados a um público de alto poder aquisitivo. O valor pode ser até cinquenta vezes superior ao da maconha tradicional.
O psiquiatra Guilherme Kortas afirma que os efeitos variam de acordo com a dose. “Desde dificuldade de concentração, sintomas ansiosos ou depressivos, até quadros psicóticos em casos mais graves”, explica.
A venda é feita por traficantes que se comunicam diretamente com os usuários, oferecendo opções como “dry, flor, Ice e sintético” em plataformas digitais.
A polícia conseguiu mapear uma rede de distribuição a partir da “Operação On Ice”, deflagrada em São Paulo. Na primeira fase, prendeu um distribuidor com acesso à alta sociedade. Na segunda, localizou os produtores. Já na terceira, o foco foi interromper a movimentação financeira da quadrilha. Mais de R$ 3,7 milhões em dinheiro vivo foram apreendidos, além de drogas e veículos.
Entre os materiais recolhidos, estavam uma tonelada de substâncias como maconha, skunk e Ice, equipamentos de cultivo e veículos preparados para esconder entorpecentes. Todo o material foi incinerado. A operação revelou um novo perfil de traficante, desvinculado de facções, mas com livre acesso a círculos privilegiados.