A ida do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos Estados Unidos ainda nesse mês de dezembro pode não contar com a ajuda da embaixada brasileira em Washington. A informação é da Folha de S. Paulo. Lula pretende se encontrar com o presidente estadunidense Joe Biden após a sua diplomação, que acontece no próximo dia 12.
O atual embaixador do Brasil no país norte-americano é Nestor Forster, muito identificado com Jair Bolsonaro (PL), que já escreveu cartas à imprensa defendendo o atual presidente, além de ser próximo de figuras bolsonaristas. Até agora, a equipe de Lula não acionou o Ministério das Relações Exteriores sobre a viagem. A Casa Branca ainda não confirmou o convite ao presidente eleito.
A viagem foi anunciada na quarta-feira (30) pelo ex-ministro Fernando Haddad. Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, virá ao Brasil nesta segunda-feira (05) e a visita servirá, também, para discutir os detalhes da ida a Washington ainda neste ano. De acordo com a Folha, as conversas de Lula com Biden devem contemplar Haiti e Venezuela.
No entanto, há dúvidas sobre a estrutura que receberá o petista fora do país, porque o Itamaraty não é obrigado a organizar a viagem de Lula antes de ele assumir de fato o cargo, e o mais provável é que aconteça a mesma configuração da recente passagem dele por Portugal: não se hospedou na embaixada em Lisboa e não recebeu apoio diplomático. No país europeu, Lula se encontrou com o presidente, o premiê e o embaixador portugueses, sem precisar da presença do embaixador brasileiro.
Por telefone, um assessor do Ministério das Relações Exteriores disse à Folha apenas que o órgão não foi acionado por Lula, mas não respondeu sobre se o Itamaraty auxiliará o petista antes da cerimônia de posse caso seja solicitado.