
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou a significativa expansão das igrejas evangélicas no Brasil ao longo dos anos. Em 2021, as 87,5 mil igrejas evangélicas com CNPJ representavam sete em cada dez estabelecimentos religiosos formalizados, enquanto as católicas eram apenas 11%.
Esse crescimento é notável em comparação com 1998, quando os locais de culto evangélicos eram 26,6 mil, correspondendo a 54,5% do total.
O pentecostalismo e suas variantes neopentecostais lideram esse aumento, impulsionado principalmente por pequenas igrejas locais. Nomes como “Ministério Jesus Te Ama” e “Igreja Pentecostal Rocha Inabalável Deus É Fiel” representam essa tendência.
As grandes denominações, como a Universal do Reino de Deus e a Quadrangular, também contribuem significativamente, com milhares de estabelecimentos vinculados a um único CNPJ.

O estudo utilizou dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) para analisar empresas religiosas. No entanto, a imprecisão metodológica surge de igrejas pequenas que operam informalmente, sem adesão formal, representando um desafio na quantificação precisa do total.
Apesar das dificuldades em categorizar igrejas tradicionais e distinguir entre pentecostais e neopentecostais, o crescimento evangélico é evidente. Católicos, por outro lado, apresentaram um crescimento mais modesto desde 1998. Projeções indicam que os seguidores da igreja romana representam agora cerca da metade da população, enquanto os evangélicos se aproximam de um terço.
Esse fenômeno é atribuído à maior facilidade de abertura de igrejas evangélicas em comparação com as católicas e à capacidade de atingir comunidades mais carentes.