Destaques

Impasse entre Pacheco e Lira pode afetar até 26 medidas provisórias

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira – Agência Brasil

Na última quinta-feira (23), como presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco respondeu uma questão do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e determinou que as comissões mistas no rito de análises das medidas provisórias sejam retomadas, o que deixou o líder da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) contrariado. Esse impasse pode afetar até 26 políticas públicas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre elas a MP que reduz impostos sobre combustíveis.

As chamadas medidas provisórias são editadas pelo chefe do governo e ganham força quando saem no Diário Oficial da União, mas só passam a se tornar leis em definitivo quando são aprovadas pelo Congresso, o que tem até 120 dias para acontecer. Caso a aprovação não saia nesse prazo, perdem validade e o presidente não pode reeditá-las com o mesmo conteúdo pelo menos até o fim do ano.

O rito de análise das MPs consiste, primeiramente, em uma avaliação feita por comissões mistas, compostas por deputados e senadores. Depois, pelos plenários da Câmara e do Senado. Porém, por conta da pandemia da Covid-19, esse processo foi alterado e a necessidade da criação de comissões foi suspensa.

Esse está sendo o principal ponto de impasse entre as Casas, pois os senadores reclamam que a Câmara toma a maior parte do tempo para a análise dos textos. De acordo com o G1, integrantes do Senado dizem que, quando chegam a eles, as MPs precisam ser analisadas em prazos muito curtos, o que dificulta um debate maior sobre o assunto.

Lula (PT) – Agência Brasil

Já de acordo com Pacheco, a retomada das comissões mistas valeria apenas para as medidas provisórias editadas já no governo Lula, 13 no total. A decisão dele foi apoiada pelos demais líderes partidários da Casa, mas na avaliação de Lira as comissões são antidemocráticas.

Conforme o presidente do Senado, a indicação dos colegiados caberá aos líderes partidários. Ele pode indicar unilateralmente os próprios líderes para as comissões se eles se recusarem a fazer isso.

Entre as medidas do atual governo que podem perder efeito caso Câmara e Senado não cheguem a um acordo estão a que reestrutura o programa Mais Médicos, a que reduz impostos sobre gasolina, álcool, gás natural veicular e querosene de aviação e a que devolve o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ao Ministério da Fazenda, cujos prazos de validade são 19/05, 29/04 e 02/04, respectivamente.

No total, somadas às MPs editadas na gestão de Jair Bolsonaro (PL), são 26 medidas provisórias que podem caducar.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Jessica Alexandrino

Disqus Comments Loading...
Share
Published by
Jessica Alexandrino

Recent Posts

Governo aciona PF para investigar médicos por fake news sobre falta de remédios no RS

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, encaminhou à Polícia Federal (PF) uma…

54 segundos ago

VÍDEO – Lira recebe vaias em evento com Lula e reclama: “Falta de respeito”

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi vaiado durante evento ao lado…

11 minutos ago

VÍDEO – Daniela Lima destrói fake news sobre o RS e deixa bolsonaristas malucos

A jornalista Daniela Lima, da GloboNews, rebateu fake news de bolsonaristas sobre a catástrofe no…

54 minutos ago

Grupo Prerrogativas mobiliza ação para o RS e pretende arrecadar R$ 1 milhão

O grupo Prerrogativas, formado por juristas, advogados, defensores públicos e professores de direito, está organizando…

2 horas ago

Tragédia no RS: enchentes forçam reconstrução de cidades gaúchas em outros lugares

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul forçaram uma mudança drástica na reconstrução de…

2 horas ago

Alvo da PF, Pablo Marçal usou jatinho minúsculo para levar “doações” ao RS

O coach bolsonarista Pablo Marçal utilizou um jatinho particular minúsculo para transportar doações às vítimas…

2 horas ago