Imprensa blinda Moro no protesto em Brasília e bolsonaristas não perdoam: “mídia partidária”

Atualizado em 10 de maio de 2020 às 12:30

A velha imprensa continua blindando Sergio Moro, numa demonstração de que já tem candidato para 2022.

Ontem, a reportagem do Jornal Nacional escondeu do público que o protesto em Brasília tinha como um dos alvos Sergio Moro.

Na abertura, o apresentador leu o texto que fala na carreata “em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Eles levaram faixas com ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso”.

A reportagem informou que, em determinado ponto da Esplanada dos Ministérios, os manifestantes abriram uma faixa com a frase “tiro ao alvo” e a foto de parlamentares, ministros e adversários políticos de Bolsonaro, nas quais eles atiravam balões de água.

Estava ali a foto do Moro, no centro da faixa, mas seu nome não foi citado.

A Band fez pior. Inverteu a notícia. E disse que a carreata era em apoio a Sergio Moro. Um absurdo, que o deputado bolsonarista Hélio Negão observou em um tuíte contra a imprensa.

Ele mostra um print da tela que apresenta uma cena do protesto transmitida pela própria emissora. No caminhão de som, a frase que indica apoio a Bolsonaro. Na legenda, a informação falsa da TV: “Brasília tem carreata em apoio a Sergio Moro”.

O deputado, um pau-mandado de Bolsonaro, aproveitou para detonar a mídia. “O papel da mídia é transmitir a verdade, aqui no Brasil temos uma parte da mídia partidária que acha correto transmitir a inverdade!”

O grupo de Helio Negão não estaria reclamando, claro, se a mentira fosse a favor deles. Mas não deixam passar, porque sabem que, no jogo eleitoral, o adversário no campo da direita e também da extrema direita é Moro.

Os editores da velha imprensa, com dificuldade de análise política e seguindo a orientação de seus patrões, podem até se iludir com Moro e acharem que ele tem compromisso com a democracia.

Os bolsonaristas, que o conhecem bem desde as sentenças parciais, sabem que não. E não vão perdoar o erro que não seja a favor deles.

Moro era um dos alvos