Incapacidade de Bolsonaro estimula candidaturas precoces à presidência, como as de Doria e Huck

Atualizado em 15 de agosto de 2019 às 14:21
Doria e Huck

Não é só Luciano Huck que colocou o trio elétrico na rua com discurso que antecipa 2022, ano da próxima eleição presidencial. O governador de São Paulo, João Doria, foi hoje ao Twitter para mostrar sua diferença em relação a Jair Bolsonaro.

Registre-se: Tanto um quanto o outro ajudaram a colocar Bolsonaro no Planalto.

João Doria fez uma postagem sobre uma obra de duplicação da estrada no litoral norte do Estado de São Paulo e disse que respeita o meio ambiente.

“O vídeo deste caminhão betoneira, sendo transportado por teleférico para não desmatar a vegetação nativa, reflete nossa preocupação com o meio ambiente”, disse ele.

“Fazemos uma gestão responsável, que trabalha para melhorar a vida dos brasileiros de SP e respeita o meio ambiente”, acrescentou.

Só faltou dizer: “Não sou como Bolsonaro”.

Huck, outro que quer passar a imagem de que é diferente do ex-capitão, foi o personagem principal de uma reportagem do Valor, jornal do grupo Globo.

O texto passa a impressão de vivemos um período eleitoral.

Em tempos de radicalismo de direita, o discurso de Huck lança mão de bandeiras típicas da esquerda. Quem não conhecesse o tom anasalado de sua voz poderia confundir a fala com a de Fernando Haddad, o ex-prefeito de São Paulo derrotado por Bolsonaro no ano passado.

“Não dá para falar de meritocracia enquanto a escola do rico não for a escola do pobre. A prioridade um é educação, e a dois e a três também”, diz.

Bolsonaro, juntamente com seu auxiliar Abraham Weintraub, escolheu a educação como área para aplicar os maiores cortes do orçamento.

Olha Huck dizendo também que é diferente.

Em essência, não é.

Nem ele, nem Doria.

Têm diferença de estilo, claro, mas na economia não fariam nada diferente do que Paulo Guedes faz.

Fariam um governo como o de Maurício Macri na Argentina, incapazes de respostas às demandas do conjunto da sociedade brasileira.

Mas, se tiverem oportunidade, vão tentar.

É para isso que chegaram cedo à passarela.