
O incêndio teve início na tarde desta quinta-feira (18), provocado por efeitos das altas temperaturas e a seca na região, e se propagou rapidamente pelo assentamento Osvaldo de Oliveira, localizado na região serrana carioca, no município de Macaé.
O local ocupa uma área de mais de 1,6 mil hectares e integra o 1º PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) do Estado do Rio de Janeiro.
O fogo foi controlado durante esta madrugada, mas provocou a perda total das unidades produtivas, destruiu sistemas de irrigação e criação animal, como também atingiu as moradias das famílias assentadas, o sistema de rede elétrica, deixando as casas sem energia e sem água, já que as mangueiras que distribuem desde a nascente, também foram consumidas pelas chamas.
Há mais de 10 anos as 60 famílias que vivem no PDS Osvaldo de Oliveira lutam para viver e preservar o território, e são referência na produção agroecológica. Parte dessas famílias perderam tudo com o incêndio.
Tragédia poderia ter tido danos reduzidos
O alerta do foco de incêndio chegou pelo grupo de WhatsApp do assentamento. Fábio Virgílio, que mora no assentamento declarou que, “como estava ventando muito, não teve como ninguém tirar nada, fazer nada, então várias pessoas perderam muita coisa”. Ele estava chegando com sua mãe no barraco onde vivem, e encontraram já tudo queimado.

“[…] Procuramos nos resguardar, porque tinha muita fumaça e a gente não queria entrar, porque se a gente entrasse com a nuvem de fumaça, a gente poderia ficar no meio do caminho também. Então a gente preferiu esperar um pouquinho pra poder entrar, porque a gente estava preocupado com meu irmão, com todas as famílias aqui dentro, tinha criança, tinha idoso, então tentamos da melhor forma fazer alguma coisa que se associasse a todo mundo.”
Em nota, a direção do MST no Rio de Janeiro denunciou a falta de ação do poder público na região, que ampliou os estragos da tragédia:
“É necessário, mais uma vez, denunciar o descaso público. A falta de estradas gera maior desafio para a entrada dos bombeiros”. Além disso, o desmonte de políticas públicas por parte governo federal com relação à Reforma Agrária também se soma a gravidade ao desalento das famílias assentadas.

Solidariedade
Após o trágico episódio, o MST articula ações de solidariedade para ajudar as famílias atingidas, e convoca toda a sociedade para contribuir com o que puderem. As doações de itens básicos como água, alimentos, agasalhos, cobertores, barracas, lonas e ferramentas estão sendo arrecadadas na região. Também é possível fazer doações em dinheiro, via transação bancária:
Banco do Brasil
Agência 5768-1
CC 12516-4
PIX: 058.051.357-28 (CPF)
Titular: Ramiro Marcos Dulcich Piccolo
Encaminhar comprovante para prestação de contas telefone 21-985165791
Confira também os pontos de arrecadação de doações no Rio de Janeiro:
Armazém do Campo Rio de Janeiro – Av. Mem de Sá 135, Centro.
SindiPetro-Macaé
UFF-Rio das Ostras, Portaria de entrada do Instituto de Humanidades e Saúde (IHS), Campus Universitário de Rio das Ostras
UFF-Macaé (próximo ao bloco D)
Acampamento Edson Nogueira KM 18 RJ 162