Incêndios na Austrália são a consequência da negação do aquecimento global

Atualizado em 9 de janeiro de 2020 às 23:18

Do Diálogos do Sul. 

À medida que o planeta vai esquentando, os incêndios em grande escala aumentam de frequência e duração, com uma potência incomum que chega a gerar tempestades de fogo, o que, segundo especialistas, criaria um ciclo de retroalimentação positivo muito perigoso que poderia torrar uma terra já seca.

Essas mesmas condições, que provocam incêndios devastadores, ar quente e seco, e vento intenso, são as que produzem tempestades de fogo, que no caso da Austrália começaram em setembro do ano passado com a perda de milhões de animais da fauna endêmica.

Um estudo acadêmico estima que Ultrapassa um bilhão o número de animais mortos por conta dos incêndios avassaladores que castigam a Austrália desde novembro do ano passado. A estimativa é de especialistas da universidade de Sydney.

O consenso científico é que os níveis crescentes de CO2 estão esquentando o planeta, e portanto a Austrália se tornou mais quente nas últimas décadas, o que continuará acontecendo.

Portanto, a causa imediata é o clima, especificamente um fenômeno conhecido como dipolo do Oceano Índico ou, também, como El Niño Indiano, que tem propiciado um período de calor e seca forte.

Durante 2019, a Austrália estabeleceu duas vezes um novo recorde de temperatura. No dia 17 de dezembro, uma máxima média de 40,9 graus Celsius, e no dia seguinte 41,9, o que se soma a um prolongado período de seca, além de incêndios provocados de forma deliberada.

Atualmente no país, há 130 focos de incêndios ativos, contra os quais atuam cerca de três mil bombeiros no fortalecimento de barreiras topográficas, quem devem enfrentar o possível agravamento das condições meteorológicas com temperaturas acima dos 40 graus Celcius para as próximas horas.