Indicado de Trump diz ter “traço nazista” e que Martin Luther King merece o inferno

Atualizado em 22 de outubro de 2025 às 10:23

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Paul Ingrassia. Foto: Reprodução

Paul Ingrassia, indicado por Donald Trump para chefiar o Office of Special Counsel — órgão responsável por investigar denúncias de assédio e discriminação no funcionalismo federal —, enfrenta novas polêmicas às vésperas de sua sabatina no Senado, marcada para esta quinta-feira.

Mensagens de texto obtidas pelo site Politico mostram que Ingrassia fez comentários racistas e elogiosos ao nazismo.

Em um dos diálogos, ele afirmou: “Tenho um traço nazista em mim de vez em quando, admito isso.” Segundo participantes do grupo de mensagens, a frase não foi entendida como brincadeira, e pelo menos três pessoas reagiram imediatamente contra ele.

As conversas expõem ainda que, em janeiro de 2024, Ingrassia escreveu: “Nunca confie em um chinês ou indiano. NUNCA”, ao comentar sobre o ex-pré-candidato republicano Vivek Ramaswamy, filho de imigrantes indianos.

Em outra troca de mensagens, um participante ironizou: “Paul pertence à Juventude Hitlerista, junto com o Obergruppenführer Steve Bannon”, referência ao estrategista republicano e ao posto paramilitar nazista. Ingrassia respondeu com risadas e disse que o comentário era engraçado.

Paul Ingrassia diz admitir “ter um lado nazista”, em mensagem a Republicanos. Foto: Reprodução

Em maio do mesmo ano, durante uma conversa sobre uma funcionária da campanha de Trump responsável pela aproximação com eleitores de minorias, Ingrassia sugeriu que ela não demonstrava respeito suficiente aos “Pais Fundadores por serem brancos”.

O fundador do programa Live From America (LFA), Jeremy Herrell, também se manifestou após o nome de Ingrassia ser citado em tom de piada na conversa. Disse que o programa “repudia Nick Fuentes” — nacionalista branco mencionado na troca de mensagens — e negou qualquer vínculo com o indicado.

A indicação de Ingrassia, de 30 anos, já estava sob questionamento antes do vazamento das mensagens. Ele é alvo de uma investigação interna no Departamento de Segurança Interna (DHS), onde atua como ligação com a Casa Branca, após uma denúncia de assédio sexual. A queixa foi posteriormente retirada, e a denunciante declarou não ter havido irregularidade.