
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado ao lado de outras 36 pessoas em um inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no Brasil, afirmou que “nunca discutiu um plano para matar alguém.”
O caso envolve um plano atribuído a militares que buscava reverter o resultado das eleições de 2022 por meio do assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Polícia Federal (PF), o planejamento foi elaborado dentro do Palácio do Planalto sob a coordenação do general Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Bolsonaro, no entanto, minimizou sua relação com Fernandes, apesar de admitir contato direto com o general.

O ex-presidente explicou que, durante seu mandato, era comum que todos tivessem acesso livre ao seu gabinete, assim como ele frequentemente visitava as salas de seus auxiliares. Bolsonaro afirmou que jamais teve conhecimento de qualquer plano para assassinar autoridades.
“Lá na Presidência havia mais ou menos 3 000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, declarou Bolsonaro à revista Veja.
Ele acrescentou: “Eu jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe. Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso”.