Indígena conta que Dom Phillips e Bruno Pereira foram vítimas de emboscada

A fonte alega que os indígenas chegaram a pedir para que Bruno e Dom não prosseguissem sozinhos e sem segurança pelo local

Atualizado em 7 de junho de 2022 às 17:07
Bruno Pereira e Dom Phillips (Fotos Daniel Marenco/O Globo e reprodução Twitter).

Uma fonte ouvida com exclusividade pela Amazônia Real, contou que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira foram vítimas de uma emboscada. Essa testemunha faz parte de uma equipe de 13 vigilantes indígenas que circulavam com os dois pela região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Estado do Amazonas, na fronteira com o Peru.

Segundo a fonte, os indígenas alertaram sobre os riscos de Bruno e Dom seguirem sozinhos pelo rio Itacoaí. No último domingo (5), foi anunciado o desaparecimento deles e as buscas começaram, mas não se obteve sucesso.

No que é relatado, por volta das 4 horas no domingo, o indigenista e o jornalista avisaram que iriam conversar com o ribeirinho “Churrasco”, presidente da comunidade São Rafael. Dias antes, eles já teriam ”esbarrado” com um outro grupo, que estava em uma embarcação considerada incomum para navegar em cursos d’água mais estreitos. Este grupo citado fez questão de mostrar que estava armado e realizou ameaças.

Após o ocorrido que deixou todos assustados, os indígenas chegaram a pedir que Bruno, que já foi chefe da Coordenação Regional Vale do Javari e coordenador geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, não prosseguisse sem segurança, que então disse que: ‘Não, eu vou baixar só, vou baixar cedo, vou pegar eles de surpresa’.”

Ainda segundo o que a fonte conta, os dois foram recebidos apenas pela mulher de ”Churrasco”, e depois seguiram a viagem em um barco com um motor de 40 HP, potência inferior à que era fornecida e disponível por narcotraficantes para os ribeirinhos, ou seja, era muito fácil de alcançá-los após sua saída pelo rio.

A suspeita é de que “um traficante mandou o 60 (HP do motor) para lá exatamente esperando a vinda do Bruno, porque com certeza existe informante na cidade (de Atalaia do Norte) e tinha a informação de que o Bruno ia chegar na região”.

Apesar de terem iniciado as buscas a partir da última aldeia visitada por eles e terem ido mais adiante, o vigilante – que infelizmente acredita que os dois não sobreviveram – conta que: “Tínhamos esperança de encontrar eles, da (localidade) Cachoeira para baixo, amarrados, que tivesse alguma pista, algum ‘pisado’ na beira do rio, para a gente ir rastejando. Mas não achamos nada”, e continua, dizendo que “se foi aquele pessoal, aqueles pescadores daquela região, não é a primeira vez que fizeram isso.”

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