Indígenas treinarão militantes na Venezuela para usar flechas com veneno contra os EUA

Atualizado em 19 de novembro de 2025 às 10:07
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o número dois do chavismo, Diosdado Cabello. Foto: Reprodução

Militantes chavistas na Venezuela serão treinados por brigadas indígenas para usar flechas com curare, um veneno paralisante, como parte da estratégia de resistência a um eventual ataque dos Estados Unidos. A orientação foi dada por Diosdado Cabello, número dois do chavismo, que reforçou o discurso de mobilização total diante do que chama de “ameaça externa extrema”, conforme informações do Blog da Sandra Cohen, do G1.

Em seu programa semanal, Cabello — ministro do Interior e da Justiça e secretário-geral do PSUV — ordenou que os militantes mantenham “pés firmes, nervos de aço, mobilização máxima; calma e compostura”.

Sem citar diretamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou a crescente presença militar americana no Caribe, ele afirmou que a ordem é manter o país em estado de alerta permanente.

“Não vamos parar de nos divertir, nem vamos parar de nos preparar para nos defender”, disse Cabello, ao destacar a mobilização de 4.523.822 ativistas maiores de 15 anos que formam os Comitês Bolivarianos Integrais de Base.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

Maduro reage a pressões externas e convoca vigílias

O tom de tensão aumentou após Trump abrir a possibilidade de um diálogo com Nicolás Maduro, enquanto o Departamento de Estado classificou o Cartel de Los Soles como organização terrorista, associando-o diretamente ao ditador venezuelano.

Em resposta, Maduro convocou uma vigília permanente em seis regiões do leste do país, chamando-a de “perfeita fusão popular-militar-policial”, e pediu o hasteamento de bandeiras venezuelanas. Ele ainda pregou “paz” em inglês e cantou trechos de “Imagine”, de John Lennon.

Embora analistas considerem improvável uma invasão terrestre dos EUA — medida vista como politicamente suicida —, a cúpula chavista usa essa hipótese para reforçar a coesão interna e galvanizar apoiadores. O personagem “Super Bigode”, super-herói inspirado em Maduro, voltou a ser exibido em atos organizados pelo governo.

Flechas envenenadas voltam como arma simbólica e estratégica

Entre as táticas de defesa anunciadas, Cabello resgatou práticas ancestrais de povos amazônicos. Militantes chavistas serão instruídos por indígenas no uso de flechas com curare, veneno extraído de plantas capaz de paralisar e até matar.

“Eles vão descobrir o que é o curare”, declarou Cabello em tom de ameaça, durante um congresso que detalhou o plano de defesa.