Depois de um maio um pouco frustrante, que interrompeu uma sequência de altas muito fortes desde a metade de 2023, o mês de junho trouxe um desempenho extraordinariamente positivo para a indústria brasileira, e especialmente para o setor chamado indústria de transformação (que é mais complexo e usa mais tecnologia que as indústrias extrativas).
Segundo o IBGE, a produção industrial brasileira cresceu 4,1% em junho, sobre o mês anterior. O número médio é excelente, mas uma observação mais atenta aos detalhes trazem novidades especialmente promissoras.
O dado mais otimista é o crescimento de 9% na produção brasileira de bens de capital, na comparação com junho de 2023, fazendo com que o setor tenha apresentado um avanço de 5% no acumulado do ano.
Lembrança importante: o setor de bens de capital é tipo um termômetro da indústria, porque corresponde aos investimentos em novo maquinários.
Na avaliação por trimestre, o setor de bens de capital avançou 11,7% no segundo trimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Merece destacar que o setor de bens de capital voltado especificamente para a indústria avançou de maneira muito expressiva no segundo trimestre, 8,% de alta sobre igual período de 2023.
O mesmo vale para o setor de bens de capital para o transporte, que também é um setor complexo, que registrou uma alta de 18,8% no segundo trimestre, na comparação com igual período do ano anterior.
Entretanto, o número mais feliz pode ser visto no gráfico da indústria de transformação, que é o setor industrial mais complexo. O indicador que usa a média de 2022 como base mostra um crescimento absolutamente espetacular da indústria de transformação em junho.
Esses números, naturalmente, garantem não apenas um crescimento econômico vigoroso em 2024, mas um crescimento de excelente qualidade, pois puxado por um setor complexo, com uso intenso de tecnologia e inovação.
Outro ponto que também considerei extremamente positivo para o Brasil foi a retomada do complexo industrial da saúde, com o crescimento de 3,9% da média móvel trimestral para o setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que é um dos setores mais complexos da indústria. Além disso, o crescimento deste setor ajuda muito o país a reduzir o déficit comercial no setor da saúde, melhorando também as contas públicas pois é obviamente mais barato produzir farmoquímico no Brasil do que importar de fora.
Originalmente publicado em O Cafézinho
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