
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato ao Hamas nesta sexta (3): o grupo tem até as 19h de domingo (5), horário de Brasília, para aceitar o plano de paz apresentado por Washington, sob a ameaça de sofrer um “inferno total” caso recuse a proposta. A mensagem foi publicada em um post na rede Truth Social.
No texto, Trump afirmou que a maioria dos militantes do Hamas “estão cercados e presos” e que “mais de 25 mil foram mortos”. O presidente descreveu o acordo anunciado como “a última chance” para que os membros remanescentes tenham as vidas poupadas.
“Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Libertem os reféns, todos eles – incluindo os corpos daqueles que estão mortos -, agora! Um acordo deve ser firmado com o Hamas até domingo à noite. Todos os países assinaram. Se este acordo, uma última chance, não for firmado, um inferno total como ninguém jamais viu antes se abaterá sobre o Hamas”, escreveu.
O plano de paz prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados e abre a possibilidade de anistia para integrantes do Hamas que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica. Gaza passaria a ser administrada por um comitê de palestinos e especialistas internacionais, sob a supervisão de um novo órgão chamado “Conselho da Paz”, que, segundo a Casa Branca, seria presidido por Trump.

A proposta também prevê a libertação de reféns em até 72 horas após a aceitação do acordo e a troca por quase 2 mil prisioneiros palestinos; ONU e Crescente Vermelho ficariam encarregados da distribuição de ajuda em Gaza.
A contagem do prazo só começaria a valer se o Hamas concordar publicamente com os termos, segundo a Casa Branca. Reações internacionais foram mistas: o plano teve recepção positiva em alguns fóruns, mas moradores de Gaza se disseram sem esperanças e temerosos de uma intensificação da violência.
Em coletiva, Trump disse que, se o Hamas rejeitar a proposta, “os Estados Unidos apoiarão medidas militares para eliminar o grupo terrorista de forma definitiva”.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou apoio ao plano e acrescentou que Israel “concluirá o trabalho por conta própria” caso o Hamas aceite e depois descumpra os termos ou simplesmente rejeite a proposta.