A influenciadora Luiza Allan, conhecida pelo perfil Não Como Só Alface, foi penalizada pelo Instagram após publicar um post denunciando a cultura da magreza nas redes sociais. A plataforma interpretou de forma equivocada o conteúdo, que relatava sua experiência pessoal com distúrbios alimentares e alertava sobre os perigos dessa cultura.
No post, Luiza incluiu um vídeo com seu relato e uma foto antiga, em que aparecia excessivamente magra devido à anorexia, acompanhada do aviso: “Aviso de gatilho para o meu último reels. Falo sobre anorexia. Se for tópico sensível para você, não assista.”
Apesar do intuito de conscientizar, o Instagram entendeu o conteúdo como uma violação das “diretrizes da comunidade sobre suicídio, automutilação e distúrbios alimentares”. Em outubro, Luiza foi notificada de que seu story poderia “levar as pessoas a se autoagredirem” e teve o post removido.
Entre os exemplos de conteúdos proibidos, a plataforma mencionou posts que debocham de transtornos alimentares, instruções sobre perda de peso e imagens que enfatizem a magreza extrema, com exceção para materiais que abordem recuperação – o caso do post de Luiza.
Além da remoção do conteúdo, o Instagram impôs restrições severas ao perfil de Luiza, válidas até 10 de fevereiro de 2025. As medidas incluem a proibição de recomendar seus conteúdos para novos seguidores, de monetizar suas postagens, de realizar colaborações e de responder a mensagens privadas de seguidores.
A influenciadora lamentou o impacto negativo em seu trabalho: “Vou ter que trabalhar de graça para compensar algo que não foi erro meu, foi erro da plataforma. Quando o conteúdo fica restrito, isso faz com que eu não ganhe mais seguidores, o que é algo extremamente importante para o meu trabalho.”
Para reverter as sanções, Luiza acionou o suporte técnico do Instagram, submetendo um requerimento para esclarecer que o conteúdo visava conscientizar e não violava as políticas da plataforma. No entanto, não obteve retorno da empresa.
Diante da falta de resposta, a influenciadora recorreu à Justiça, entrando com uma demanda judicial. Sua equipe jurídica solicitou uma tutela cautelar antecedente para garantir a retirada imediata das sanções, com multa diária em caso de descumprimento. Até o momento, nenhuma restrição foi retirada, e Luiza segue com os recursos do perfil bloqueados.